Polícia acredita que corpo encontrado no interior de Venâncio foi ‘desovado’

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A localização de mais um corpo, na região serrana de Venâncio Aires, em um espaço de três meses, intriga os moradores. Dois deles aconteceram em um período de cinco dias e, oficialmente, as pessoas seguem sem identificação. A última localização foi na quinta-feira, 19. Para o delegado Felipe Staub Cano, aparentemente não há relação entre os casos.

Tudo é investigado e ele não descarta o envolvimento das vítimas com facções criminosas.
O corpo encontrado quinta-feira é do sexo masculino. A pessoa estava somente com as calças, caído de bruços na mata, a uma distância de aproximadamente 20 metros da ERS-422, na localidade de Linha Cipó. Junto ao corpo havia uma lona preta, o que caracteriza um caso de desova.

Experiente, o inspetor Paulo Ullmann acompanhou o delegado Vinícius Lourenço de Assunção no deslocamento até o local. Ele acredita que o corpo estava lá havia mais de 30 dias e que foi deixado enrolado na lona preta. “Dá pra ver que o corpo deslizou um pouco”, mencionou Ullmann.

Ele observou que um dos pés tinha sido comido (provavelmente por um animal) e que a cabeça havia se desprendido do corpo. “Também dá pra visualizar o que pode ter sido um tiro, nas costas, mas isso só a necrópsia vai dizer”, salientou.

Conforme o delegado Cano, o corpo foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Santa Cruz do Sul para que se tente coletar material genético para um exame de DNA. “Não sabemos quem é e não temos notícias de pessoas desaparecidas há tanto tempo”. Uma das linhas de investigação é que a pessoa é de outro município, foi executada e desovada em Linha Cipó.

Cano recordou de um caso que aconteceu há oito anos, quando um corpo de uma mulher foi localizado no interior de Vila Mariante. Depois de dias de investigações, os policiais descobriram que a vítima morava em Canoas. “Mas naquele fato o corpo estava inteiro. Neste, nem sem sei se será possível coletar as impressões digitais para buscar uma identificação”, salientou.

Sem relação

Por enquanto, as investigações não apontam qualquer relação entre as três mortes. O fato das vítimas terem sido encontradas em uma mesma região é, aparentemente, apenas coincidência.

O delegado Cano revela que o corpo localizado queimado, no sábado, 14, em Linha Silva Tavares, deve ser do dono do veículo. “Tenho investigações que levam a crer que pode ser tratar de um crime passional”. Édson Carnetti, 30, anos, dono do Golf azul, com placas de Venâncio Aires, está desaparecido desde a noite da sexta-feira, 13. O pai dele já forneceu material genético para um exame de DNA.

Os agentes já ouviram algumas pessoas e o caso está perto de ser esclarecido. “Também analismos imagens que podem nos ajudar a entender como tudo aconteceu”, revelou Cano.
Sobre o outro corpo encontrado carbonizado, dentro de um veículo, na localidade de Linha Cipó, no dia 6 de agosto, o titular da Delegacia de Polícia revela que a necrópsia não verificou sinais de violência no corpo. “Na verdade nem se sabe se realmente foi um crime. As investigações não descobriram nada que pudesse vincular a morte a uma prática criminosa”, assegurou o delegado Cano. O laudo diz que a causa da morte é indeterminada.

Esta é a única vítima identificada. Trata-se de Álisson Alex Haupt, 23 anos, que residia em Linha Cipó.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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