Delegado Felipe Staub Cano concluiu que a morte de Joel Trombini, 40 anos, que aconteceu há pouco mais de dois meses, no bairro Macedo, foi motivada por uma correntinha e um anel de ouro. As investigações apontam que os autores são um homem de 33 anos e uma adolescente, de 17 anos, que trocaram as joias por drogas. Eles responderão por latrocínio (matar para roubar), cuja pena para o maior de idade pode chegar a 30 anos de reclusão.
O crime foi praticado por volta das 5h30min do dia 11 de setembro. Trombini foi encontrado caído, próximo ao cemitério Vila Rica, com um ferimento de faca. Foi socorrido pelos profissionais do Samu e encaminhado ao Hospital São Sebastião Mártir, onde faleceu. O caso passou a ser tratado como um assalto, até que os agentes chegaram aos nomes dos prováveis envolvidos.
Durante as investigações, foi apurado que a vítima foi a uma ‘boate’, saindo de lá por volta das 5h. Depois, foi até um posto de combustíveis, no centro da cidade, onde se encontrou com seus algozes. “Ele entrou em um carro, junto com outras três pessoas, e posteriormente foi encontrado esfaqueado”, explicou o delegado Cano.
Em um primeiro momento, a Polícia Civil sabia que somente a menor de idade e o motorista do veículo haviam presenciado o crime. Conforme o delegado Cano, a história inicial era de que a vítima teria se passado com a adolescente, o que gerou uma discussão, seguida de briga.
Na versão dos suspeitos do crime, o motorista teria parado o carro e então a vítima e a adolescente desceram, brigaram e então Trombini sacou uma faca, deixando-a cair. “Então argumentam que a garota pegou a faca e golpeou a vítima”, observa o delegado. Sobre o sumiço das joias, negaram que as tenham roubado.
Outra versão
Mas ao saberem que o quarto ocupante do veículo estava presente – os dois suspeitos haviam dito que ele tinha desembarcado algumas quadras antes -, os agentes o localizaram e tomaram seu depoimento. “A versão dele conta como tudo aconteceu”, salienta o delegado.
Segundo o que disse este rapaz, não houve discussão e o motorista parou o carro perto do cemitério, desceu e abriu a porta do caroneiro, onde estava sentada a vítima. Conforme o delegado, o motorista disse que queria a correntinha e o anel do homem e em seguida deu a facada.
Ferido, Trombini caiu na rua, ficando lá até a chegada do Samu. Este indivíduo saiu do carro e foi embora, enquanto que o homem de 33 anos e a menor de idade teriam pego as joias e fugido do local. “Sabemos que eles foram até Santa Cruz e trocaram a correntinha e o anel por drogas”, revelou o delegado.
Ao analisar os fatos, Cano entendeu que se trata de um latrocínio. Como um dos envolvidos é menor de idade, o delegado encaminhou dois procedimentos. Se condenado, o maior de idade pode ter uma pena que varia de 20 a 30 anos de reclusão. “É a maior pena do Código Penal”, diz Cano. A menor de idade pode ficar internada em uma instituição sócioeducativa por um período máximo de três anos.
“Nas investigações, descobrimos que o homem que esfaqueou a vítima procurou o outro indivíduo, que estava dentro do carro, para combinar o que dizer no depoimento e que a menor de idade assumiria o crime.”
FELIPE STAUB CANO
Delegado de Polícia