Apreensões evitaram a entrada de 8,3 quilos de drogas na Peva

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Desde o dia 23 de março do ano passado, quando foram proibidas as visitas presenciais nas cadeias do Rio Grande do Sul, por conta da pandemia no novo coronavírus, aumentou muito o número de apreensões de drogas oriundas de arremessos. A tentativa de fazer chegar substâncias entorpecentes – e também celulares – aos internos das casas prisionais é notada em quase todas as cadeias do Estado.

Só este ano, na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), os policiais militares que atuam na guarda externa e os agentes penitenciários apreenderam mais de 3 quilos de drogas. Somados ao ano passado, esse número ultrapassa os 8,3 quilos. No ano passado, a guarda da casa prisional de Vila Estância Nova também apreendeu um drone. O aparelho estava sendo preparado para levantar vôo, quando foi interceptado por agentes da inteligência da Brigada Militar.

Ao aparelho, estavam pendurados dois pacotes, que continuam 63 gramas de cocaína, 263 gramas de maconha, dois celulares e R$ 236. Três homens foram presos em flagrante. Segundo a BM, um deles é morador de Vila Estância Nova e os outros dos, da região metropolitana de Porto Alegre.

Para a capitão Michele da Silva Vargas, não há dúvidas de que as drogas entravam na casa prisional através das visitas. “Prova disso são as operações feitas nas imediações da Peva, onde encontramos drogas com as visitas”.

A delegada penitenciária regional, Samantha Longo, ressalta que a implantação de regras mais rígidas com relação as visitas e o recebimento de materiais é que fez aumentar o número de arremessos de drogas, da área externa para os pátios das casas prisionais. Ela também cita o aumento da guarda carcerária nos presídios como fator que favoreceu o aumento das apreensões de ilícitos.

De acordo com números apresentados pela BM, em 2020 foram apreendidos 4.745,81 quilos de maconha e outros 568,57 gramas de cocaína. Este ano já foram 2.629 quilos de maconha, 416,84 gramas de cocaína e 4,63 gramas de crack.

Pescaria

Há quem defenda que a casa prisional, por ser de regime fechado, deveria ser protegida com muros e não com cercas de arame. Por isso, em uma iniciativa do Conselho da Comunidade, juntamente com a Vara de Execuções Criminais e a direção da penitenciária, em 2019 foram colocadas grades de ferro na parte externa de cada cela.
A medida dificultou que os presos ‘pescassem’ o material jogado para o pátio da casa prisional, mas eles ainda conseguiram recolher o que caia no pátio. Uma nova medida foi adotada e a direção instalou, por sobre as grades de ferro, uma cerca de arame, com abertura mínima. Mesmo com toda esta dificuldade, os arremessos com drogas se sucedem.

O que diz a delegada penitenciária regional

Conforme a delegado penitenciária regional, Samantha Longo, desde março de 2020, em razão da chegada da pandemia e da necessidade de implantação pela Seapen/Susepe de regras mais rígidas com relação as visitas e recebimento de materiais em todas as unidades prisionais do Estado, tem-se notado um considerável aumento das apreensões de materiais ilícitos através de arremessos da área externa (via pública) para o interior das unidades prisionais da 8ª Delegacia Penitenciária Regional (8ª DPR). “Não sabemos exatamente a relação específica destes números, contudo, acreditamos que possam estar relacionados ao aumento do efetivo carcerário dos presídios, a suspensão do recebimento de visitas neste período de 12 meses e a adoção de regras mais rígidas ao recebimento de materiais. Ainda, neste período, foi pela gestão regional e local da penitenciária identificar ainda mais os pontos com maior fragilidade do local e propôr a implantação de maior rigidez, segurança, reforço da estrutura física e rondas pelos agentes penitenciários, com o objetivo de impedir cada vez mais a entrada dos materiais ilícitos.”

 

“Não há dúvidas que as drogas entram pelas visitas, pois todas as operações que a Brigada Militar fez na área externa da Peva, interceptou drogas com as visitas. Agora, a tentativa voltou ser com os arremessos. Contudo, além dos policiais militares atentos, temos auxílio tecnológico ao nosso lado e uma excelente integração com a polícia penal.”

MICHELE DA SILVA VARGAS
Cap. comandante da 3ª Cia



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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