O debate sobre a necessidade de incremento dos efetivos da Brigada Militar (BM) e de agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) está reaberto. O tema voltou com tudo após o ataque registrado na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), na madrugada de domingo, 23, quando quadrilheiros tentaram explodir a parede de uma galeria para resgatar um criminoso que seria líder de uma facção. Armados de fuzis, os bandidos atiraram mais de uma centena de vezes em direção a uma das guaritas, onde estava um policial militar da guarda externa, e só não conseguiram cumprir o objetivo de chegar ao pátio da Peva porque um agente os surpreendeu e afugentou, dando tiros de espingarda calibre 12.
Como era de se esperar, o assunto ganhou grande repercussão na sessão da Câmara de Vereadores, na segunda-feira, 24. E, após discursos de vários vereadores, foi acatada sugestão da pedetista Ana Cláudia do Amaral Teixeira, que indicou que o colega Renato Gollmann (PTB) seja o porta-voz de Venâncio Aires junto ao Governo do Estado. Isso porque ele tem uma audiência agendada com o vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, que também é do PTB, para a tarde de hoje. “É uma pena que tenha acontecido tudo isso na Peva, mas por coincidência, a reunião que eu tento há muito tempo só foi confirmada agora, justamente por causa do tiroteio. Vou a Porto Alegre na quinta-feira e só não convido os vereadores para irem junto, porque está restrita a entrada em razão da pandemia”, disse.
Conforme a sugestão de Ana Cláudia, o Poder Legislativo fará um documento conjunto para enviar ao Governo do Estado. Nele constarão as informações relativas à história de luta de lideranças pelo aumento dos efetivos da Susepe e Brigada Militar, especialmente a última. Renato Gollmann ainda vai reunir reportagens que, ao longo dos anos, abordaram a questão dos efetivos reduzidos. “É uma oportunidade que teremos para reforçar nosso pedido junto ao Estado. Há muito tempo esta questão dos efetivos é pauta em Venâncio Aires e, mais uma vez, vamos tentar sensibilizar os gestores para que atendam nossas reivindicações”, afirmou o vereador. Ana Cláudia completou argumentando que “com certeza o vice-governador vai se sensibilizar, pois a demanda é antiga e a nossa comunidade está cansada da sensação de insegurança”.
“Estava desde sexta-feira tentando a agenda, mas em razão da pandemia, o acesso está um tanto quanto restrito. Porém, depois do episódio da Peva, mandei prints para a assessoria do vice-governador e o encontro foi confirmado para quinta-feira (hoje), às 14h30min.”
RENATO GOLLMANN – Vereador do PTB
Preocupação
A preocupação com a segurança pública na Capital Nacional do Chimarrão – especialmente depois da ação criminosa na casa prisional de Vila Estância Nova – é tanta que até números guardados a sete chaves, para evitar chamar a atenção dos bandidos, vazaram. Em determinado momento da sessão, Renato Gollmann afirmou ter conhecimento de que o efetivo da Brigada Militar, estimado em 88 policiais para dar conta de todo o serviço, está atualmente em 30. “Seriam necessários 88, mas só temos 40 brigadianos lotados em Venâncio Aires. Destes, cinco estão trabalhando em outras cidades e, além disso, há cinco de férias. Ou seja, temos pouco mais de 30% do efetivo considerado ideal à disposição da comunidade”, constatou.
Representantes
• Além de Renato Gollmann, que foi quem conseguiu a agenda com o vice-governador e secretário estadual de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, outros dois vereadores do PTB ventilam a hipótese de acompanhar o colega a Porto Alegre, se a presença deles for liberada na audiência: Diego Wolschick e Clécio Espíndola, o Galo. É possível que o deputado federal Maurício Dziedrieck (PTB) também compareça ao encontro.
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