O Rio Grande do Sul encerrou o segundo mês deste ano com 66 homicídios a menos do que no mesmo período do ano passado. Foram 314 assassinatos entre janeiro e fevereiro, contra 380 do ano passado, uma redução de 17,4%. Em Venâncio Aires os índices se mantêm estabilizados. Foram três crimes no primeiro bimestre de 2019, contra três deste ano. Levando-se em conta os casos registrados até o dia de hoje, verifica-se um caso a mais no ano passado. Em 2018, no entanto, foi registrado apenas uma morte entre janeiro e fevereiro.
Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam que houve leve redução na soma de latrocínios no RS. De 13 ocorrências de roubo com morte contabilizadas no 1º bimestre de 2019, o indicador baixou para 12 neste ano, o que equivale a 7,7% de retração e representa o menor acumulado desde 2012, que teve 11 casos.
O último latrocínio registrado na Capital do Chimarrão foi em março de 2018, em Vila Palanque. Dois indivíduos foram presos e condenados por matar a tiros um comerciante. Cada um levou uma pena de 21 anos de reclusão.
MAIS FEMINICÍDIOS
No 1º bimestre deste ano foram registrados 15 feminicídios – um deles no interior de Venâncio -, quase quatro vezes mais do que os quatro casos ocorridos em igual período do ano anterior. Só em fevereiro, o número de mulheres vítimas de assassinato motivado por ódio de gênero passou de uma, em 2019, para cinco, no mês passado.
Por outro lado, houve redução de 10,4% nas tentativas de feminicídio no período, em comparação a 2019 (de 67 para 60), redução de 4,7% nos estupros (de 316 para 301) e de 1% nos casos de ameaça (de 6.979 para 6.907). Por outro lado, as ocorrências de lesão corporal aumentaram 4,5%, de 3.936 para 4.114.
O número de vítimas de feminicídio registrado no ano passado no Rio Grande do Sul é 91. Duas delas foram mortas em Venâncio Aires. Ao analisar o perfil das 91 vítimas, o estudo dos indicadores criminais da SSP verificou que a maioria é branca (86%), da faixa etária entre 21 e 60 anos (72%), e possuía apenas o Ensino Fundamental (57%). Entre os agressores, o perfil preponderante também é de brancos (74%), com baixa escolaridade (47%) e com idades entre 21 e 60 anos (79%). O estudo também mostra que 36% das mulheres foram mortas com a utilização de armas brancas (facas) e de fogo (35%).
Estudo da Polícia Civil, com base nos dados compilados ao longo de todo o ano passado pelo Observatório Estadual da Segurança Pública, identificou que apenas quatro das 97 vítimas de feminicídio no RS em 2019 contavam com medida protetiva de urgência.
MENOS ASSALTOS
O 1º bimestre também fechou com reduções expressivas nos indicadores de crimes contra o patrimônio. Depois encerrar o ano passado com quase 5 mil roubos de veículos a menos do que em 2018, o Estado mantém a retração, com 1.797 ocorrências nos dois meses iniciais de 2020, 22,2% abaixo das 2.309 de igual período de 2019.
Queda ainda mais acentuada foi verificada nos ataques a banco. Considerando a soma de roubos e furtos a estabelecimentos bancários no RS, a redução foi de 45,5%, baixando de 22 ocorrências entre janeiro e fevereiro do ano passado para 12 no 1º bimestre de 2020.
Um dos principais fatores para a retração quase pela metade dos delitos contra bancos é a Operação Angico, ação desenvolvida pela Brigada Militar com na análise de dados de inteligência para antecipar e reprimir a ação de criminosos e quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. A ofensiva está estruturada em três estratégias principais: fiscalização ativa para evitar desvios, furtos e roubos de explosivos; mobilizações focadas em prisões de assaltantes e utilização de efetivo especializado.
Foi o trabalho da Operação Angico que permitiu à Brigada evitar o roubo de duas agências bancárias no município de Paraí, na Região Serra, na madrugada do último dia 6. Fortemente armada, a quadrilha chegou ao local em dois veículos, sendo um deles em situação de roubo e que se encontrava com as placas clonadas.
Quando davam início ao roubo, os ladrões foram surpreendidos pela Brigada Militar, que montou um cerco próximo às agências. A quadrilha não aceitou a ordem para rendição e disparou contra os policiais. Na troca de tiros, os sete criminosos envolvidos no assalto acabaram mortos. Nenhum brigadiano ficou ferido.
RS SEGURO
A análise dos indicadores criminais monitorados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostra que o foco territorial adotado pelo Programa RS Seguro segue puxando as reduções verificadas ao longo de todo o ano passado. Do total de homicídios que deixaram de ocorrer em todo o Estado, 90,9% (60) foram descontados nos 18 municípios priorizados – dado que reflete a estratégia de centrar forças para o combate ao crime onde ele mais acontece.
Implantando em fevereiro de 2019, o RS Seguro completou 12 meses consecutivos de reduções no número de vítimas de homicídio no conjunto de 18 cidades que, nos últimos 10 anos, concentravam os maiores índices de criminalidade violenta. Na comparação entre fevereiro do ano anterior e do atual, a queda foi de 7%, passando de 99 vítimas para 89.
*Com informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública