Chiquinho virou caso de polícia

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Uma notícia veiculada esta semana nas redes sociais – e que acabou como registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) – tem outra versão. No Facebook, uma mulher denunciou um caso como abandono de animal e muitas pessoas que comentaram a publicação, ofenderam o acusado. Na DPPA, a pessoa que fez o registro se limitou a denunciar o que ele entendeu ser maus-tratos a um animal.

Sexta-feira, 6, pela manhã, por iniciativa própria, o homem apontado como autor do abandono esteve na Delegacia de Polícia. Conversou com o inspetor Paulo Ullmann e esclareceu o caso. “Na verdade ele cuida do cão e aquele dia o largou na esquina da sua oficina, perto do Super Dobom, como faz costumeiramente. A pessoa que viu interpretou aquilo como um abandono de animal”, explicou o chefe do Setor de Investigações (SI).

O que tem de errado na situação, segue o inspetor, é o fato da mulher ter tornado público, nas redes sociais, o seu entendimento sobre o que havia acontecido. “Ela imaginou uma coisa e descreveu a situação nas redes sociais. Muitas outras pessoas, sem saber o que realmente tinha acontecido, comentaram a publicação e ofenderam o homem”, disse Ullmann. Sobre o registro feito na DPPA, o chefe do SI disse que não há problemas. “Ele só denunciou o que viu. A apuração é feita por nós”, argumentou.

Em depoimento, o homem disse que faz tempo que cuida do animal e que é comum levar o Chiquinho, como o cachorro foi batizado, para a sua casa – ele mora nas proximidades de onde o cachorro foi deixado. No dia do fato, o cão estava dentro do seu veículo e como ele teria que ir até uma farmácia comprar remédio para a sua mãe, parou na sinaleira, na esquina da oficina, abriu a porta e o Chiquinho desceu. “É comum eu parar o carro ali, o Chiquinho desce, faz xixi em um poste e vai para a oficina”, declarou o mecânico.


“Para nós [Polícia Civil], o caso está encerrado. Fui lá [na oficina] e comprovei que o cão é bem cuidado. O que houve a mais foi uma publicação nas redes socias daquilo que uma pessoa imaginou ser um caso de maus-tratos.”

PAULO ULLMANN – Inspetor, chefe do SI


ARQUIVADO

Na sexta-feira, 6, Ullmann foi até a oficina mecânica para ver a situação de Chiquinho. O encontrou bem cuidado, assim como o mecânico havia descrito. “Para nós é um caso encerrado. Agora ele vai procurar os seus direitos, em relação às postagens feitas contra ele nas redes sociais”, mencionou o inspetor.

MAIS CUIDADOS

Ao se manifestar sobre as postagens feitas nas redes sociais, o professor Samuel Hübner explicou que o cachorro vive naquele local onde foi deixado, não é maltratado e recebe os cuidados dos moradores. “Um dia abandonaram ele por aqui e o pai e nosso vizinho [mecânico] acabaram cuidando dele. Ele vive aqui na rua. Todos o conhecem. Ele não recebe nenhum tipo de maus-tratos. É um cachorro de rua (e que se acostumou na rua) e que não gosta de ficar preso. O pai e o vizinho alimentam ele. Dão banho de vez em quando e medicam”, garante o professor.

Segundo ele, o que aconteceu é que alguém presenciou uma cena descontextualizada e acabou denunciando o mecânico nas redes sociais, sem saber da verdadeira história. “Hoje em dia alguns cidadãos presenciam uma cena fora do contexto e logo vão para as redes sociais denunciar o que pensam ter visto. Que lamentável”, descreveu.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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