Condenada por matar e ocultar corpo da sogra em fossa está na cadeia

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Condenada em julho de 2018 pela morte de Iara Rosângela da Silva Ávila – crime ocorrido em 2014, época em que a vítima tinha 50 anos -, Josiane da Silva Rodrigues, de 30 anos, foi presa esta semana para cumprir pena de 8 anos e 4 meses em regime fechado, na galeria feminina do Presídio Estadual de Santa Cruz do Sul.

A pena inicialmente imposta era de 7 anos e 9 meses, o que garantiu, após o julgamento, no Fórum de Venâncio Aires, o cumprimento em liberdade. Porém, o Ministério Público (MP) recorreu e o Tribunal de Justiça (TJ) revisou o tempo, que ficou acima de oito anos e levou a mulher à prisão.

O caso foi um dos de maior repercussão nos últimos tempos na Capital Nacional do Chimarrão. De acordo com a acusação do MP, Josiane se desentendeu com Iara – que era sua sogra, mãe de Diogo Ávila, ex-companheiro dela – e a empurrou. A vítima caiu, bateu com a cabeça e ficou desacordada. Na sequência, teria sido golpeada, na cabeça, com um pedaço de madeira. Após, Josiane escondeu o corpo em uma fossa, entre as casas que residiam, no bairro Coronel Brito. O cadáver só foi achado no dia 2 de maio de 2015, quase nove meses depois do crime, que teria sido consumado no dia 31 de julho do ano anterior.

RECURSO

Responsável pelo recurso que culminou com a prisão de Josiane, o promotor de Justiça Pedro Rui da Fontoura Porto afirma que “o TJ acertou em revisar para cima a pena da condenada”. Conforme ele, caso a pena fosse cumprida integralmente em regime semiaberto, estaria perdido o propósito de punição. “Foi um caso de extrema repercussão, pois a vítima era sogra da condenada, já tinha certa idade e foi sepultada de uma maneira humilhante. No meu entendimento, homicídios consumados e tentativas graves precisam de algum recolhimento, senão teremos cada vez mais vivo o sentimento de impunidade”, comenta

DEFESA 

Advogado de defesa de Josiane da Silva Rodrigues, Paulo Mathias Ferreira sustentou, durante o júri, a tese de inexistência de provas contra sua cliente. Ferreira mencionou que a Promotoria teria se valido de uma confissão na Delegacia de Polícia, que segundo ele foi obtida a partir de pressão dos policiais. O advogado fez apelação diante da novidade no caso, mas o pedido foi indeferido pela Justiça. Agora, ele tentará que a condenada cumpra prisão domiciliar.


“Casos graves como este têm de ser punidos com recolhimento, sob pena de todo o trabalho das autoridades se resumir a uma tornozeleira eletrônica, o que não é visto nem pela sociedade, nem pelo punido como uma penalidade.”

PEDRO RUI DA FONTOURA PORTO – Promotor de Justiça


MEMÓRIA 

  • Iara Rosângela da Silva de Ávila tinha 50 anos na época do crime. Ela foi vista com vida pela última vez pelo filho, Diogo Ávila, na noite do dia 30 de julho de 2014.
  • Segundo Diogo, Iara conversou por telefone com uma irmã dela, que mora em outra cidade e, depois, com ele. Disse que não estava bem e que iria cometer suicídio.
  • Diogo, que era frentista e trabalhava durante a madrugada, pediu que a mãe ficasse calma e procurasse descansar, pois voltaria para vê-la na manhã do dia seguinte.
  • Ao retornar do trabalho, por volta das 6h, Diogo viu que o portão da casa da mãe estava aberto, e a casa chaveada. Ele entrou e viu que a mãe não estava. Além disso, notou que a carteira dela, com dinheiro, documentos, cartões bancários e o celular também haviam sumido.
  • Notou que ela não tinha saído para trabalhar, pois a térmica na qual costumava levar o café para o lanche estava sobre a mesa. Também soube que ela não havia se encontrado com a colega de trabalho, com quem fazia o trajeto entre o trevo do bairro Coronel Brito até a empresa, no bairro Brígida.
  • Depois de 18 dias, Diogo recebeu mensagens originadas do celular da desaparecida. O conteúdo tranquilizava a todos e, inclusive, pedia para o filho não esquecer de cuidar do seu cachorro. Também referiam que Iara estava bem, cuidando de uma mulher idosa.
  • No dia 2 de maio, um sábado, familiares de Iara, após acompanharem uma reportagem na TV, onde um corpo foi escondido dentro de uma cisterna, resolveram conferir a fossa. Ao levantarem a laje, encontraram o corpo.


Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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