Equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar marcaram presença na Capital do Chimarrão no feriado de Corpus Christi. Após questionamentos da comunidade e repercussão na Folha do Mate e na rádio Terra FM, a alta cúpula da Brigada Militar do Estado fez questão de mostrar aos venâncio-airenses que os PMs estão circulando pelo município. Até então, segundo o subcomandante da BM no Rio Grande do Sul, coronel Cláudio dos Santos Feoli, os policiais tinham permanência restrita à área da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), em Vila Estância Nova. “Resolvemos dar esta resposta à população, para que tenham certeza de que estamos em Venâncio e possam se sentir seguros”, afirmou o oficial.
A vinda das equipes do Batalhão de Choque para a cidade foi um compromisso firmado pelo vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, após o ataque à Peva, quando os policiais militares da guarda externa e os agentes penitenciários conseguiram frustrar uma tentativa de resgate de presos. Mesmo sob intenso tiroteio – os criminosos tinham armamento de grosso calibre à disposição -, os operadores de segurança pública conseguiram expulsar os bandidos e, inclusive, ferir um deles, pelo menos – havia muito sangue em um dos veículos abandonados nas imediações da casa prisional de Vila Estância Nova.
Feoli, número 2 na hierarquia da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, afirmou que novidades em relação ao episódio registrado na Peva podem ocorrer a qualquer momento. “Estamos em um bom caminho, no que se refere à identificação e prisão dos envolvidos. Acredito que vamos conseguir dar mais esta resposta à comunidade, em breve”, declarou. Sobre as equipes enviadas para a cidade, ele destacou que fazem parte de um batalhão específico, que saem de Porto Alegre, principalmente à noite, com missão definida. “Por isso, não foram tão vistos na área urbana de Venâncio Aires. São policiais que têm sempre o foco em determinada situação, normalmente não estão no policiamento ostensivo”, explicou o subcomandante.

Proximidade
Por conta desta especificidade, os PMs também não foram apresentados ao comando da Brigada em Venâncio Aires. “É um grupo que se reporta diretamente ao subcomandante, sequer prestam contas ao comando regional da Brigada Militar. No entanto, como queremos nos aproximar das pessoas e liderança comunitárias, vamos providenciar o relacionamento das equipes com o comando local”, garantiu Feoli. O oficial reforçou que o Batalhão de Choque circulará pela cidade por, pelo menos, um mês, prazo que pode ser prorrogado, conforme o entendimento da cúpula da corporação e do secretário de Segurança Pública do Estado, cargo que é acumulado pelo vice-governador Ranolfo Vieira Júnior.
Operação Angico e novo cangaço
• De acordo com o subcomandante, a Brigada Militar tem utilizado da inteligência para coibir os crimes no estado. Ele destaca a Operação Angico – assim batizada em referência ao local das mortes de Lampião e integrantes de seu bando, na Grota de Angico, no município de Poço Redondo, no Sergipe, em confronto com a Polícia no ano de 1920 -, que tem como objetivo evitar, principalmente, os roubos a banco no estilo novo cangaço.
• A prática, que consiste na utilização de reféns para a formação de cordões humanos, para proteção dos criminosos durante os assaltos, assustou várias comunidades do interior do Rio Grande do Sul nos últimos anos. Feoli ressalta que notícias relacionadas a este tipo de ação foram diminuindo no cotidiano dos gaúchos, graças ao empenho das forças de segurança.
• Conforme o oficial, as medidas tomadas pela cúpula da BM foram a fiscalização ativa para evitar desvio, furto e roubo de explosivos; operações focadas em prisões de criminosos especializados neste tipo de delito; e utilização de efetivo especializado com suporte de inteligência policial.
Áudios e mensagens que circulam nos grupos de WhatsApp dão conta de que as equipes do Batalhão de Choque participaram de operação no bairro Battisti, na noite de quinta-feira, 3, inclusive com utilização de cão farejador. A tendência é de que as ações tenham sequência.
Quem é
O coronel Cláudio dos Santos Feoli foi nomeado subcomandante da Brigada Militar no Rio Grande do Sul recentemente. Indicado pelo governador Eduardo Leite, ele assume o lugar do coronel Vanius Santarosa, que foi promovido a comandante-geral da BM, em substituição ao coronel Rodrigo Mohr.
Feoli está na corporação desde 1991. Ingressou aos 17 anos e tornou-se oficial três anos depois, em 1994. No começo da carreira, esteve lotado no 11º Batalhão de Polícia Militar, que na época era responsável pela Zona Norte de Porto Alegre. Ao longo dos anos, passou por outras unidades e, na Copa do Mundo, foi assessor do Comando-Geral.
“Com 31 anos de serviço na Brigada Militar, sei que o estreito relacionamento com a
comunidade é muito importante para o nosso trabalho. Queremos estar cada vez mais perto das pessoas, para que elas tenham, mais do que a sensação, a certeza de que estão seguras.”
CORONEL CLÁUDIO DOS SANTOS FEOLI
Subcomandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul