As dezenas de vasos e flores derrubados sobre os túmulos demonstram que algo errado voltou a acontecer no cemitério católico da comunidade São Martinho, de Vila Palanque, no interior de Venâncio Aires. Um incontável número de crucifixos, letras e molduras de fotos foram furtados, deixando apreensivos os moradores da sede do 6º Distrito. O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil, que investiga a autoria e destino dos materiais furtados.
Essa não é a primeira vez que o cemitério é ‘visitado’. Segundo a comerciante Susane Bergamaschi, 52 anos, há pouco mais de um ano, ladrões já haviam estado no São Martinho. “Daquela vez levaram quase só os crucifixos, mas agora foi bem pior”, explicou a vice-tesoureira da comunidade católica.
Ainda não há números exatos, mas estima-se que mais de 200 túmulos foram alvo dos ladrões. “Além dos crucifixos, levaram as letras e as molduras das fotos. Isso é muito triste”, comentou a comerciante, que foi avisada por um morador de Vila Palanque, que foi ao cemitério visitar o túmulo de um parente e o encontrou sem as letras e a moldura da foto do ente que lá está sepultado.
Um agricultor que reside próximo ao cemitério e tem parentes sepultados lá, lamentou o acontecido. “As pessoas não respeitam mais nada. Cada vez mais, estamos refém dos ladrões, que fazem o que querem”.
Falando sobre a insegurança, a vice-tesoureira da comunidade católica referiu que o mundo está estressado, com muitos problemas. “Nós pagamos impostos para tudo e ainda temos que nos cuidar dos bandidos. É uma situação muito complicada”.
PELA LAVOURA
O cemitério está localizado ao lado do necrotério e faz divisa com uma enorme lavoura de aipim. Os moradores não têm provas, mas desconfiam que os ladrões usaram a lavoura como porta de entrada para o cemitério. “E também era fácil deles esconderem as coisas que furtaram e até se esconderem de pessoas que pudessem passar por lá”, comentou um morador.
Visualmente, é possível ver que a vegetação ao lado do cemitério está bastante amassada, demonstrando que pessoas passaram por lá. A área onde foi praticado o maior número de furtos é no lado esquerdo, nos fundos, no sentido de quem entra no local. “Mas furtaram objetos em todo o cemitério”, comentou Susane.
Ontem à tarde, o delegado Felipe Staub Cano disse que pessoas que tiveram túmulos de familiares violados, denunciaram o caso na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). “O que podemos dizer é que o caso está sendo investigado”, resumiu o titular da DP.