Material colecionado a partir de uma publicação da revista ‘Transporte Moderno’, do Rio de Janeiro, no longínquo ano de 1995, foi o ponto de partida para a publicação que ficou pronta segunda-feira, 11, e está sendo entregue gratuitamente. A ‘Carta aberta à população’ traz uma síntese do que o motorista autônomo Lotário Wessling viu, viveu, presenciou e coletou em suas andanças pelas estradas do Brasil.
Crítico e sempre atento a tudo o que é publicado, noticiado e dito sobre as concessões de rodovias, Wessling fez um apanhado e decidiu que as pessoas precisam saber um pouco mais sobre o dinheiro que é deixado em cada posto de pedágio. “São fatos concretos, nada aqui foi inventado”, assegura o autor da publicação.
“O histórico de frustrações, quanto ao custo-benefício, mais o vasto material jornalístico colecionado, deixa a convicção de que no projeto de concessões da RSC-287 e outras, há aspectos que indicam esconder armadilhas.”
LOTÁRIO WESSLING – Motorista
Ele cita o exemplo do Paraná, onde foi prometida a duplicação de 800 quilômetros de rodovias, em duas décadas. Para isso, foram arrecadados R$ 44 bilhões nas praças de pedágios, mas investido apenas R$ 1 bilhão. Agora o governo admitiu publicamente práticas de corrupção e através de placas às margens das rodovias, pede desculpas aos usuários. “Não podemos permitir que em nosso estado se repita o que aconteceu no Paraná”, observa Wessling.
Motorista há mais de 40 anos, menciona a existência – não de agora – de um cartel de corrupção e o sistema perverso nas concessões de rodovias e empreiteiras que se aliam a estas. Alguma das constatações da publicação.