Recém-eleito para a presidência do Grupo de Apoio à Polícia Civil (GAP) para os próximos dois anos, o advogado e professor João Moacir Laufer Ferreira terá uma dura tarefa. O prédio está em precárias condições, a central telefônica não funciona, o quadro funcional está defasado e não há dinheiro para investir.
E para piorar, uma das promessas políticas feitas anos atrás, não é mais cogitada. “Afinal, onde foram parar as nossas promessas de uma nova Delegacia de Polícia para Venâncio Aires?”. Ferreira menciona que foi uma ideia louvável, mas que não teve continuação. “O prédio está velho, tem goteiras e até buracos no teto. Onde este projeto foi ou está engavetado?”, questiona. O atual prédio foi inaugurado em 1975.
O presidente eleito também cita as precárias condições de trabalho oferecidas ao serventuários. “Cadeiras, é triste dizer, a maioria quebradas, inspetores e escrivães se equilibram. A caminhonete doada à Polícia Civil, uma Amarok, está apodrecendo no tempo e não temos recursos para consertos. Sem falar da central telefônica, que não funciona e não temos dinheiro para consertar”.
Ferreira também fala em investimentos urgentes, que não são feitos única e exclusivamente por falta de dinheiro. “Precisamos comprar um drone e um aplicativo para computador, que integraria com as demais Delegacia do Brasil. Algumas Delegacias, como a de Lajeado, já possuem. Mas custa uns R$50 mil. E o dinheiro?”
Preocupado com a repercussão do seu desabafo, Ferreira ressalta que não se trata de um ato político. “Já comunicamos também o atual prefeito, Giovane Wickert, também já falamos com membros da diretoria da Câmara de Comércio e Indústria de Venâncio Aires (Caciva) e da Secretaria de Segurança do Estado”, avisa o presidente, ressaltando que a Polícia Civil da Capital do Chimarrão está pedindo socorro.
“Precisamos falar da importância do GAP, pois é a única entidade que ajuda a Polícia Civil de Venâncio Aires.”
FELIPE STAUB CANO – Delegado de Polícia
Mais condições
Para o delegado Felipe Staub Cano, o GAP é a única entidade que ajuda a PC em Venâncio. Ele refere que a entidade faz todas as melhorias e ainda ajuda a manter as despesas ordinárias.
Ao falar da importância do órgão, o delegado é enfático. “Se a Polícia Civil, que faz o trabalho de Polícia Judiciária, não tiver condições de ser uma polícia forte, de nada adianta todas as prisões que realiza se não tiver qualidade no procedimento, no inquérito e na investigação, pois depois as prisões não vão se manter”, avalia.
O delegado ressalta que todas as prisões, invariavelmente, passam pela PC para que instrua procedimentos e dê condições ao MP de promover umas ação penal e, depois, uma condenação. “Por isso precisamos ter condições para desenvolver um trabalho satisfatório”, acrescenta.
“Sou civil e vou começar a gritar para a comunidade ordeira desta Terra. Não existe sequer um cafezinho e muitas vezes, nem um copo d’água para uma visita ilustre.”
JOÃO MOACIR L. FERREIRA – Presidente do GAP