Menos de duas horas depois do homicídio praticado na sexta-feira, 7, no bairro Cidade Nova, o delegado Vinícius Lourenço de Assunção e os agentes da Polícia Civil já haviam esclarecido o crime. O autor é um homem de 37 anos, que usou uma pistola calibre 9 milímetros para matar o aposentado Luís Carlos Becker, 55 anos. Testemunhas foram ouvidas e o delegado descobriu que a principal linha de investigação é de um crime passional.
O delegado Vinícius também sabe que o crime tem uma testemunha ocular e ela já prestou depoimento. A mulher estava dentro do Gol branco usado pelo autor do crime para ir até a vítima e depois para fugir do local. “Neste primeiro momento ela foi ouvida como testemunha. Tudo indica que se trata de um crime passional, pois temos indicativos disso”, revelou o titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). A mulher estava sentada no banco do caroneiro e não saiu de dentro do Gol.
O delegado também sabe que o autor dos tiros tem outras armas registradas em seu nome, mas nenhuma do modelo que foi usado no crime. Na calçada onde Becker foi alvejado, os policiais e peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apreenderam seis cápsulas calibre 9mm.
Seis tiros
O crime foi praticado pouco antes do meio-dia. A Brigada Militar foi acionada e isolou a área. O Gol branco chegou a ser visto por testemunhas, mas saiu do local logo após os disparos. Becker, que por anos foi motorista de ônibus e se aposentou há pouco tempo, estava na frente da sua casa, na rua Leodete de Souza Maschio, quase esquina com a rua Emílio Michels, pintando as grades de ferro. O autor do crime chegou no automóvel, estacionou nas proximidades, desceu e foi na direção da vítima.
O depoimento da mulher que estava dentro do carro refere que Becker jogou um balde com tinta contra o homem, que sacou a pistola e começou a atirar. Os levantamentos preliminares feitos por peritos do IGP revelam que a vítima foi atingida por seis tiros, sendo cinco nos braços pernas e tórax, e um na cabeça.
Uma das suspeitas é que de a vítima, ao perceber a aproximação do atirador, tentou se defender, depois de ser atingido pelo primeiro disparo. “Pode ser que aconteceu isso, pois ele tinha um machucado nos joelhos, como se tivesse caído e tentado se defender”, observou a inspetora Rosinês Puntel, que foi ao local, junto com o delegado Vinícius, e acompanhou a perícia técnica.
A policial refutou as informações que circulam em grupos de WhatsApp, de que todos os tiros foram no rosto da vítima. “As pessoas nem viram o corpo, pois ele (vítima) caiu com o rosto para baixo e logo o corpo foi coberto com um cobertor”, mencionou.
Identificado
Baseado nos relatos de vizinhos, o delegado Vinícius chegou ao nome do provável autor do crime e da mulher que estava no automóvel. Os agentes descobriram onde ela estava e pouco depois das 14h da sexta-feira, 7, dois inspetores a localizaram e a trouxeram até a DP para que ela prestasse depoimento.
A mulher confirmou que o homem de 37 anos foi o autor dos disparos e disse que conhecia a vítima. Enquanto ela prestava depoimento ao inspetor Cassiano Dal Ongaro, o delegado recebeu uma ligação de um advogado, informado que apresentará o autor do crime. “Disse que vai apresentar o homem na próxima semana, então vamos aguardar, pois agora ele está em lugar incerto e não sabido”, mencionou. Este é o primeiro homicídio do ano.
“As informações preliminares sugerem que o crime tenha motivo passional, sendo esta a linha principal de investigação até o momento.”
VINÍCIUS L. DE ASSUNÇÃO
Delegado, titular da DPPA