Promotor Pedro Porto quer novo julgamento para os denunciados pela morte do bancário Júlio Marder

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A morte de Júlio Assmann Marder completou quatro anos nesta semana. O bancário, na época com 58 anos, foi morto com golpes de faca, no fim da noite do dia 26 de outubro de 2017, dentro da casa onde residia com a então companheira, Salete de Azevedo, próximo ao Estádio Edmundo Feix. As investigações apontaram que ela, a amiga Márcia Rejane Kist Severo, o namorado de Márcia na época, Marcos Roberto Cottes Figueiró, e o mecânico Antônio Alcides Oestreich fizeram um plano e executaram o crime.

Os quatro foram denunciados pelo Ministério Público e levados a júri no dia 3 de maio de 2019. Salete, então com 45 anos, Márcia, com 44 anos, Figueiró, que tinha 28 anos e Oestreich, com 52 anos, foram condenados pela morte do bancário. Porém, o mecânico, que confessou ser o autor dos golpes de faca, recebeu apenas 2 anos e dois meses de reclusão, saindo a passos do Tribunal do Júri. Salete foi condenada a 22 anos e Márcia e Figueiró, a 18 anos cada um.

Assim que saiu a decisão dos jurados, o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto declarou que iria recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ). Na época, pretendia que fosse realizado um novo julgamento apenas para o réu Oestreich. Mas os desembargadores decidiram por anular o julgamento e os outros três réus foram postos em liberdade.

A defesa dos réus foi feita pelos advogados Ezequiel Vetoretti (Salete), Jean Severo (Oestreich) e Gustavo Bretana (Márcia e Figueiró).

Só em 2022

O processo que apura a morte do bancário está em carga na 2ª Vara. Em contato com a assessoria da juíza substituta, Cristina Junqueira, a reportagem da Folha do Mate foi informada que o novo júri não será realizado este ano. A magistrada informou que o júri que leva ao banco dos réus os quatro denunciados pelo homicídio tem previsão de ser realizado entre os meses de março e abril de 2022.

O que apurou a Polícia Civil

Coordenadas pelo delegado Felipe Staub Cano, as investigações apuraram que Salete pediu à amiga Márcia para contratar uma pessoa para tirar a vida do bancário. Na noite do dia 26 de outubro de 2017, Júlio Marder saiu para ir a uma janta com amigos e, enquanto estava fora, Márcia foi com seu carro até a casa de Salete e levou o mecânico, que ficou escondido dentro da residência, esperando a chegada do bancário. Assim que Marder entrou em casa, foi atacado por Antônio Oestreich, que o golpeou com uma faca. Depois, ele pegou a caminhonete da vítima e foi até Linha Coronel Brito, onde a abandonou, sendo buscado pelo namorado de Márcia, Marcos Roberto Cottes Figueiró. Na manhã do dia 27, Salete foi até a Brigada Militar, dizendo que tinham matado seu companheiro e roubado a caminhonete. No mesmo dia ela teve a prisão temporária decretada e foi levada ao presídio. Os outros três suspeitos foram presos no decorrer das investigações.

O que diz o promotor Pedro Porto

Como houve um erro na votação do réu Antônio, acabou sendo anulado todo o júri, inclusive ,quanto aos demais réus que haviam sido condenados em penas altas. Agora, todos terão de ser novamente julgados. No início da pandemia, foram colocados em liberdade porque ainda não haviam sido condenados definitivamente. O Ministério Público recorreu e não logrou êxito em modificar a decisão naquele período pandêmico. A única solução agora é novamente levá-los a julgamento do júri e, neste sentido, só estamos aguardando a designação de uma data pela juíza substituta, dra. Cristina Margarete Junqueira. A legislação atual permite a prisão logo após a condenação do júri a penas superiores a 15 anos e esperamos que a juíza assim o determine.

O que diz Jaime Marder, irmão da vítima Júlio Marder

“Faz 4 anos que meu irmão Júlio morreu tragicamente, como todos em Venâncio Aires já sabem. Houve um julgamento que terminou na absolvição do réu confesso pela morte, resultando na petição da promotoria para um novo julgamento. Se não bastasse, as pessoas que foram condenadas justamente, foram soltas pelo advento da Covid e nunca mais retornaram ao presídio. Acho e também tenho convicção de que a justiça deve ser feita, e a marcação de um novo júri deveria acontecer. Infelizmente, dependemos da justiça, mas queremos que seja marcada uma nova data. Nós, da família, aguardamos por um novo julgamento para que os responsáveis sejam punidos. Achamos um absurdo que tudo isto esteja acontecendo”.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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