Promotor quer novo julgamento para réus da morte de Júlio Marder

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O promotor Pedro Rui da Fontoura Porto quer ver ainda este ano, novamente, no banco dos réus, os quatro denunciados pela morte do bancário Júlio Assmann Marder. Eles foram julgados e condenados em sessão realizada dia 3 de maio de 2019, mas o Tribunal de Justiça (TJ) anulou a sessão e todos estão em liberdade. Marder foi morto a facadas, na noite do dia 26 de outubro de 2017, dentro da casa onde vivia com a companheira, Salete de Azevedo (que é ré no caso), no bairro Aviação.

Quatro pessoas foram denunciadas e levadas a júri. Além de Salete, Márcia Rejane Kist Severo, amiga dela; Marcos Roberto Cottes Figueiró, namorado de Márcia; e o mecânico Antônio Alcides Oestreich. De acordo com o Ministério Público (MP), Salete foi a mentora, e teve a ajuda da amiga e do namorado dela para contratar o mecânico, que foi o executor do plano. No dia do julgamento, todos estavam presos.

A sessão varou o dia 3 e terminou na madrugada do dia seguinte. Salete foi condenada a 22 anos. Márcia e Figueiró receberam penas de 18 anos cada um, e Oestreich, que confessou a autoria das facadas, recebeu pena de 2 anos e dois meses. Desta forma, saiu livre após o julgamento.

Pedro Porto recorreu da decisão dos jurados, com a intenção de fazer um novo júri somente para o mecânico, mas o TJ decidiu anular a sessão. E, com esta decisão, os outros três réus tiveram a prisão revogada pela juíza Cristina Margarete Junqueira, titular da 2ª Vara, em 19 de março deste ano, e foram postos em liberdade.

No entanto, alega o promotor, o Ministério Público só foi notificado desta decisão em 22 de junho, pois antes disso não tinha acesso ao processo, que ficou fechado no Fórum, não havendo meios para propor o recurso em função do ‘lockdown’ do Judiciário. “Por isso, em 25 de junho interpus recurso contra a liberdade destes três que estavam presos. O processo está indo a julgamento no TJRS nos próximos dias, sendo relator do caso o desembargador venâncio-airense Rinez da Trindade.

Sem data

Independentemente do recurso pela prisão, o promotor Pedro Porto quer que seja marcado com urgência o novo julgamento. “Em 19 de setembro pedi à juíza (Cristina) local, a designação de júri para o caso, mas foi indeferido dizendo que só seria marcado após a pandemia”, revelou.

Conforme o promotor, dessa decisão não há meios de recorrer. “O MP está disposto a atuar em júri mesmo neste período de pandemia, pois estamos trabalhando desde o dia 4 de maio”, resumiu. Pedro Porto salienta que em alguns lugares, já voltaram a ser realizados os julgamentos.

“Tudo o que eu quero é concluir este caso com a condenação de todos eles. Penso que é constrangedor para todo o sistema de justiça nesta comarca a situação de imerecida liberdade destes acusados.”

PEDRO RUI DA F. PORTO
Promotor de Justiça

Relembre o caso

O bancário Júlio Assmann Marder foi morto com golpes de faca, no final da noite do dia 26 de outubro de 2017, aos 58 anos de idade. O crime foi praticado dentro da casa onde ele residia com a companheira, Salete de Azevedo, 45 na época, na rua Assis Brasil, bairro Aviação. Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Salete é acusada de ser a mandante do crime. Ela teria planejado o assassinato em conjunto com Márcia Rejane Kist Severo, 48 anos, e Marcos Roberto Cottes Figueiró, 32 anos (ela amiga íntima de Salete e ele namorado de Márcia). Ainda de acordo com o MP, o casal ficou responsável pela contratação de Antônio Alcides Oestreich, 56 anos, mecânico apontado como autor das facadas que vitimaram Marder. Levados a júri popular em 3 de maio de 2019, os quatro réus foram condenados. Salete foi sentenciada a 22 anos e Márcia e o namorado, a 18 anos cada um. Oestreich, que confessou ter matado o bancário com golpes de faca, foi condenado a apenas 2 anos e dois meses de reclusão. Por isso, o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto queria que fosse realizado um novo julgamento somente para o mecânico, mas todo o julgamento foi anulado. Na sessão do dia 3 de maio de 2019, quatro homens e três mulheres formaram o conselho de sentença. A sessão foi presidida pela juíza Márcia Wrasse. A defesa dos réus foi feita pelos advogados Ezequiel Vetoretti (Salete), Jean Severo (Oestreich) e Gustavo Bretana (Márcia e Figueiró).



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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