Réus da boate Kiss são condenados

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O júri mais longo da história do Rio Grande do Sul chegou ao fim, na tarde de ontem, 10, depois de nove dias de depoimentos e dois dias de debates. Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate Kiss; e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira, sentaram no banco dos réus para responder pela tragédia que aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. Os quatro réus foram condenados.

Pouco antes das 18h, a sentença foi lida pelo juiz Orlando Faccini Neto, que descreveu a culpabilidade dos réus como elevada. Kiko foi condenado a 22 anos e seis meses; Mauro Hoffmann a 19 anos e seis meses; e Luciano Bonilha e Marcelos dos Santos a 18 anos cada um.

Na acusação atuaram os promotores David Medina da Silva e Lúcia Helena Callegari, além do criminalista Amadeo Weimann, assistente de acusação.

A defesa dos réus foi feita por quatro bancas distintas. Jáder Marques defendeu Kiko; Bruno Seligman de Menezes atuou na defesa de Mauro Hoffmann; Jean de Menezes Severo, Gustavo da Costa Nagelstein e Antônio Prestes do Nascimento defenderam Luciano Bonilha; e Tatiana Vizzotto Borsa, Camila Kersch e Paola Sofia Panazzolo, defenderam Marcelo de Jesus dos Santos.

O debates iniciaram às 16h14min da quinta-feira, 9, com o promotor de Justiça David Medina da Silva. Ele apresentou argumentos do Ministério Público para condenar os quatro acusados por homicídio com dolo eventual. “Vamos parar com esse mito que se estabeleceu de que eles queriam matar. Ninguém aqui queria matar. Só um insano diria que eles queriam. Mas eles deveriam ter agido para que aquilo não acontecesse”, afirmou David.

Ao se referir as penas, o promotor também falou de uma questão de ter proporcionalidade. “Qual dessas penas é mais proporcional ao que aconteceu: 6 a 20 anos por dolo ou 1 a 3 anos por culpa?”

Sobre a ausência de sinalização na boate, salientou que “se havia indicativo de saída de emergência, como se disse aqui, porque tanta gente morreu assim, empilhada no banheiro, procurando a única luz que tinha?”

Todos os advogados trabalharam com a tese de absolvição. O advogado Jean Severo, que já atuou em júris na Capital do Chimarrão, disse que representantes do Ministério Público é que deveriam estar no banco dos réus.

Esta é a segunda maior tragédia do Brasil. O incêndio aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria, onde morrerran 242 pessoas e outras 636 ficaram feridas.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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