Brigada Militar, Ministério Público, Prefeitura e Liga do Samba de Venâncio Aires (Lisva) estudarão medidas para aumentar a segurança dos blocos que frequentam o Carnaval de Rua de Venâncio Aires. A intenção é encontrar medidas que possam aumentar o controle sobre a multidão que fica próximo da concentração das escolas de samba, na esquina das ruas Osvaldo Aranha com a Conde D’Eu.
O comandante em exercício da Brigada Militar de Venâncio Aires, tenente Luciano Altermann, destacou durante entrevista ao programa jornalístico Terra em Meia Hora, da Terra FM, que medidas de segurança são imprescindíveis. Ele defendeu que é necessário, entre outras ações, aumentar o isolamento ao posto de combustíveis que fica ao lado da concentração das agremiações.
Ele relatou que a presença de dezenas de foliões próximos das bombas de combustíveis – inclusive manuseando sinalizadores e ingerindo bebidas alcoólicas como ocorreu no último Carnaval – é um perigo sem precedentes e a situação precisa ser reavaliada.
“Medidas restritivas precisam ser adotadas. É uma festa que está em uma crescente em Venâncio. A presença dos blocos no Carnaval é importante, mas o quesito segurança precisa ser levado em consideração”, afirmou o tenente.
Um relatório sobre os principais registros flagrados pela corporação será encaminhado ao Ministério Público. O promotor de Justiça, Pedro Rui da Fontoura Porto, foi consultado pela reportagem e destacou que a partir dos relatos que já chegaram a ele, é preciso repensar o local de concentração dos blocos ou mesmo trocar o espaço em que é realizado o evento.
“Vou defender para o próximo ano uma reavaliação da localização dos blocos” destacou o representante da Promotoria Pública, acrescentando que o melhor seria adotar um espaço mais amplo para os desfiles.
SOM E BLOCOS
A presidente da Lisva, Jaqueline Gonçalves dos Santos, informou Que os presidentes das escolas de samba se reuniriam nesta semana para sugerir melhorias e, ao mesmo tempo, destacar o que precisa ser mantido. O resultado do encontro será repassado para a Prefeitura, que foi a responsável pela montagem da estrutura e pela captação dos recursos.
“Precisamos dos blocos. Eles fazem parte do Carnaval de Venâncio. Mas é preciso achar um local em que eles não interfiram tanto, como ocorreu na concentração das escolas para ingressar na Rua Grande”, disse a presidente Jaqueline, que também observou que em alguns momentos os sons automotivos paralelos ao desfile atrapalham a evolução da bateria e harmonia das escolas.
VANDALISMO
O gerente do posto de combustíveis, Valmor Eggers, destacou que defende um maior regramento para o uso daquele espaço nas noites de Carnaval. Ele destacou que na segunda noite dos desfiles, gradis foram providenciados para aumentarem o isolamento das bombas de combustíveis, mas que mesmo assim atos de vandalismo foram registrados, especialmente com relação a gôndolas na área externa do posto.
Prefeitura prepara medidas para serem adotadas em 2021
O secretário de Cultura e Esportes de Venâncio Aires, Henrique Maciel da Silva, destacou que uma avaliação interna do evento foi providenciada. Ele adianta que, para o próximo ano, ficou estabelecido que será necessário aumentar a contratação de seguranças privados. Neste ano foram 20 os profissionais que atuaram nas duas noites. “Precisamos de, pelo menos, mais 15 seguranças extras”, destacou.
“No projeto do Carnaval do próximo ano também constará a necessidade de ampliar os gradis para além da Rua Grande, até a esquina da Rua Osvaldo Aranha com a Duque de Caxias, além de ampliar o isolamento no acesso ao posto de combustíveis. Queremos com isso prever uma área considerável para a circulação das escolas de samba, mas permitir também que os foliões e blocos fiquem concentrados na rua”, disse o secretário.
O IDEAL
O responsável pelo Departamento Cultural, Saul Zart, disse que o ideal seria transferir o Carnaval de Rua para o Acesso Leopoldina, em frente ao Parque Municipal do Chimarrão. Porém, lembra que o projeto precisou ser abortado há dois anos por conta da frustração na captação de recursos para montar um sambódromo naquele espaço. “A ideia permanece, mas é preciso investir em uma infraestrutura muito maior. Com isso poderíamos fazer uma triagem no material que ingressa no sambódromo”, argumenta.