O sábado, 5, e o domingo, 6, são de formação para mais de 30 profissionais da área de segurança pública do Rio Grande do Sul que trabalham ou podem trabalhar com cães de detecção treinados, os chamados cães farejadores.
O evento, realizado no Parque do Chimarrão em Venâncio Aires, é promovido pela Secretaria de Segurança Pública do município em parceria com o canil da 8ª Delegacia Penitenciária Regional.
O seminário tem como principal objetivo a capacitação de agentes com assuntos relacionados à formação de cães de faro. Segundo o sargento aposentado da Brigada Militar, Roberto Cabrera, que é instrutor de cinotecnia (treinamento de cães para tarefas específicas como a atividade policial), a participação dos animais é importante para várias áreas. “Um cão de detecção é conhecido por trabalhar na identificação de drogas, mas também tem o trabalho da busca de desaparecidos. Ele será muito mais rápido e eficiente que o recurso humano”, explicou Cabrera, que também é Secretário de Segurança, Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana de Uruguaiana e considerado um dos maiores especialistas no assunto no Brasil.
Outra referência no treinamento de cães é Sérgio Loreto, que é de Santa Maria, mas trabalha com adestramento em todo o estado. “Temos um grupo chamado ‘Família Detecção K9’, com cerca de 180 condutores de cães, e o qual promove eventos de qualificação, oficinas, trocas pelo estado, trabalhando com profissionais de segurança”, destacou Loreto.
O profissional explica que, historicamente, é a raça Pastor a mais conhecida, mas que qualquer cão pode ser um detector. “A característica que realmente importa é ser um cão funcional, um cão atleta, seja pequeno ou grande, independente da raça.” No caso de Loreto, seu ‘braço direito’ no trabalho com cães é Bela, uma fêmea de Rottweiler, que para muitos é tido como uma raça violenta. “É ela que faz toda a parte de socialização com os demais cães.”
No fim de semana, a cadela participou da formação de uma filhote de Pastor Alemão que vai ajudar no trabalho de detecção junto à 7ª Delegacia Penitenciária Regional, em Caxias do Sul, e que abrange diversos municípios da Serra.
Além de simulações e instrução prática com cães sobre busca de desaparecidos, explosivos, armas de fogo, também foi destacado o trabalho de treinamento de cães para farejar novas drogas ilícitas que já fazem parte de criminalidade, como drogas sintéticas. Participam policiais civis, militares, penais, além de integrantes de órgãos de segurança municipais.
Canil em Venâncio
A expectativa em Venâncio é pela construção de um canil regional, junto à área da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), para qual já há busca de recursos por parte da Susepe. No local ficarão animais para ajudar em operações de busca e apreensão, sob coordenação da 8ª Delegacia Penitenciária Regional.
O especialista no assunto, Roberto Cabrera, elogiou a iniciativa. “Tudo é uma questão cultural e depende de os municípios se estruturarem. Porque esse trabalho é fundamental no combate à criminalidade e pode apoiar todos os órgãos de segurança de uma cidade.”