As autoridades policiais de Venâncio Aires estão em alerta para eventuais ocorrências de conflitos armados nas próximas semanas. Em razão dos crimes registrados nos últimos dias – especialmente dois casos de tentativa de homicídio, um na região central e outro no Loteamento Serafim -, existe preocupação em relação a possíveis retaliações. A situação se agrava ainda mais pelo fato de que há tensão não apenas entre facções, mas também rixa interna entre componentes de grupos criminosos instalados na Capital do Chimarrão.
O titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), delegado Vinícius Lourenço de Assunção, confirma que os agentes estão atentos aos movimentos de pessoas investigadas e outras suspeitas. “Estamos em monitoramento constante e sabemos que pode haver uma onda de revides por conta do estremecimento de relações dentro de uma facção específica”, reforça o policial, sem citar o nome do grupo. Ele acrescenta que “a guerra está diretamente ligada ao tráfico e associação ao tráfico de drogas no município.”
Assunção garante que o trabalho de investigação da Polícia Civil, com o apoio da Brigada Militar, tem levado muitos integrantes de facções criminosas para o sistema prisional, mas, à medida que uns saem de circulação, outros assumem as lacunas abertas. “Vamos investigando e prendendo os envolvidos, mas os grupos não param de arregimentar e, a cada dia, há mais alvos. Em relação aos criminosos, a vida está em risco o tempo todo”, salienta, lembrando que a Polícia Civil e Brigada Militar trabalham para garantir a segurança do cidadão de bem. “A prioridade é evitar que pessoas boas fiquem reféns do crime”, diz.
Da cadeia
O delegado revela que, não raramente, há ordenamentos relacionados a homicídios e outros crimes de dentro das casas carcerárias, incluindo, claro, a Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). “Os líderes de diferentes facções fazem estas encomendas de dentro da cadeia. Ou seja, mesmo que a gente consiga realizar prisões e tirar criminosos de circulação, ainda encontramos dificuldades por conta da articulação dos grupos”, ressalta. O incremento das forças policiais, segundo ele, seria um passo importante na luta contra a bandidagem. “A criminalidade só cresce e o número de policiais só cai”, lamenta Assunção.
Atualmente, a Polícia Civil de Venâncio Aires conta com dois delegados – além de Assunção, atua Paulo César Schirrmann – e 13 agentes. Nove deles exercem as mais diversas funções na Delegacia e quatro se revezam nos plantões. “Já chegamos a ter mais de 20 policiais”, compara. Conforme ele, a Capital do Chimarrão deveria concentrar seus esforços na busca de uma Delegacia Especializada da Mulher, pois ocorrências relacionadas a esta área ocupam de 40% a 50% da estrutura da DP. “É algo que ‘engessa’ a Polícia. Uma Delegacia Especializada absorveria este volume de trabalho, além de oferecer melhor atendimento”, completa.
Brigada Militar
• A comandante da 3ª Companhia da Brigada Militar de Venâncio Aires, a capitão Michele da Silva Vargas, argumenta que a BM está sempre atenta e, inclusive, efetuou, no último fim de semana, a prisão de um indivíduo que, em junho, já havia sido identificado pelos agentes de inteligência por abrir fogo em frente a um clube da região central.
• “Mesmo assim, o suspeito ainda se encontrava em liberdade até o ponto de ferir inocentes e ser preso em flagrante pela Brigada”, lamenta a capitão. Ela ressalta que já foi feita a solicitação ao órgão que autoriza os eventos no município para comunique a realização destes, para que seja possível programar ações de polícia ostensiva.
