Venâncio tem redução de 55% no número de mortes violentas

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Enquanto os órgãos de segurança pública registram um aumento considerável no número de furtos em Venâncio Aires, há uma queda em mais de 50% no número de crimes contra a vida. Se os arrombamentos passaram de 113 em 2020, para 202 entre janeiro e setembro deste ano, os homicídios caíram de nove para quatro em igual período desde ano. Estes números podem sofrer uma pequena elevação, já que um caso tratado como suicídio, pode se transformar em mais um homicídio. Se falarmos de feminicídio, a queda no período é de 100%.

Das quatro mortes confirmadas este ano, três ainda estão sem autoria conhecida. Trata-se da morte da jovem Jéssica Catiele Mendes Aguiar, 26 anos, encontrada morta na madrugada do dia 26 de março, às margens da estrada, entre Centro Linha Brasil e Linha Isabel. Ela residia no bairro Gressler e seu corpo estava enrolado em um cobertor, no local onde foi ‘desovado’, com marcas de tiro.

Outra morte sem autoria é a de Odécio José da Silva, 67 anos. Ele foi executado com cerca de dez tiros de pistola calibre 9 milímetros, na manhã do dia 23 de junho, no bairro Cruzeiro. Nestes dois casos, as suspeitas da polícia são de que os crimes tenham relação com o tráfico de drogas.

A Polícia Civil ainda busca a autoria da morte de Paulo Lenhardt, 53 anos. Na noite do dia 20 de agosto ele foi atingido por um tiro, na cabeça, dentro da casa onde morava, no bairro Coronel Brito. Socorrido com vida, foi levado ao hospital de Cachoeira do Sul, onde morreu quatro dias depois.

O crime com autoria esclarecida foi praticado no dia 24 de fevereiro, em Linha Ponte Queimada. A vítima é Valdir Strasssburger, 53 anos, que segundo as investigações policiais, foi morto com golpes de faca, desferidos pelo namorado da sua ex-mulher.

A morte investigada, tratada inicialmente como suicídio, é de Noêmia Stoll, 51 anos. Seu corpo foi encontrado na manhã do dia 30 de abril, no arroio Castelhano, depois de três dias desaparecido. O delegado Felipe Staub Cano aguarda laudos periciais para conduzir as investigações.

O delegado também falou da atuação de uma força tarefa interna na Delegacia de Polícia, para responsabilizar as pessoas envolvidas em homicídios cometidos no passado. “Esbarramos na questão de efetivo, mas já foi autorizada a vinda de dois policiais para ajudar no reforço cartorário e só precisamos encontrar um local para eles ficarem para que venham para cá”, revelou Cano.

Tráfico de drogas

Ao comentar o aumento de 78% nos arrombamentos seguidos de furtos na Capital do Chimarrão, a capitão Michele da Silva Vargas observa que isso está diretamente ligado ao tráfico de drogas. “São pessoas que praticam furtos para quitar suas dívidas com os traficantes. Isso também explica a queda no número de homicídios, pois se eles quitam suas dívidas, escapam da morte”, observa.

A comandante da 3ª Companhia também destaca a queda nos feminicídios, com nenhum caso registrado este ano, contra um no ano passado e dois em 2019. “Creditamos isso às campanhas preventivas e o acompanhamento constante das medidas protetivas de urgência feito pela Patrulha Maria da Penha”.

“Tivemos um aumento no número de furtos, praticados por usuários de drogas para quitar suas dívidas com o traficante, pois sem a dívidas, escapam da morte.”

MICHELE DA SILVA VARGAS
Cap., comandante da 3ª Cia



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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