Acidentes em série levam à sugestão de fechamento da pista central na RSC-287, em Venâncio

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A principal rodovia que passa por Venâncio Aires, futuramente será duplicada. Muito precisa ser feito para auxiliar na fluidez do trânsito da RSC-287, onde inúmeras vidas foram ceifadas. Só nos últimos 11 anos foram 66 vidas perdidas no trecho da rodovia que passa pela Capital Nacional do Chimarrão, cinco delas no trevo de acesso à cidade. No total, 148 pessoas morreram no trânsito do município, no período.

Para o vereador Nelsoir Battisti (PSD), algo precisa ser feito, com urgência, para cessar os acidentes de trânsito no trevo. “Já pensei em até fazer uma ocorrência policial contra o governo, citando a omissão, pois o problema está escancarado”, disse.

O político entende que a construção de uma rótula fechada é a solução mais rápida e eficaz. Ele cita o trevo de Taquari, onde seguidamente aconteciam acidentes e que agora não se ouve mais notícias. “Fizeram uma rótula fechada, onde todos os motoristas têm que reduzir a velocidade, facilitando a travessia da pista”.

Preocupado, entrou em contato com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e agendou uma reunião para as 10h do dia 22 deste mês. “Convidei todos os vereadores e vou convidar o prefeito, pois quanto mais forças unirmos, melhor”, sentenciou. Battisti revelou que devem participar o diretor presidente da autarquia, Urbano Schmitt, e integrantes da diretoria de tráfego.

FATALIDADES

Das 66 vidas ceifadas na RSC-287 desde 2009, nove delas foram perdidas em um único acidente. Na madrugada do dia 4 de março de 2009, um grupo de moradores de Sobradinho partiu daquele município, em direção a Porto Alegre. Eram desde crianças até idosos que agendariam ou fariam consultas médicas.

A viagem foi interrompida distante cerca de um quilômetro do trevo, no quilômetro 79, na localidade de Linha Barbosa. O micro-ônibus que transportava o grupo colidiu frontalmente contra um caminhão. Oito pessoas morreram no local e a nona, enquanto recebia atendimento médico.

No trevo (quilômetro 78), as cinco mortes aconteceram em um espaço de três anos. Na tarde do dia 27 de janeiro de 2013, um casal perdeu a vida quando saia do acesso Dona Leopoldina (ERS-244) e tentava cruzar a pista da RSC-287. Eles ocupavam uma VW Parati, que cortou a frente de um caminhão. O homem e a mulher morreram no local.

Na tarde do dia 31 de maio de 2016, um homem morreu quando tenta atravessar a rodovia. Ele conduzia um VW Gol e foi atingido por uma Van. Dois meses depois, na tarde do dia 31 de julho, dois jovens perderam a vida na colisão entre dois automóveis. Eles saíam do município e ingressavam na rodovia, em direção a Santa Cruz do Sul. O carro que eles ocupavam colidiu contra um automóvel que vinha em sentido contrário. Os dois jovens morreram no local. Outras quatro pessoas ficaram gravemente feridas.

PERIGO

Nessa quinta-feira à tarde, a reportagem da Folha do Mate foi ao local e verificou que uma pessoa que sai pelo acesso Dona Leopoldina e pretende seguir em direção a Porto Alegre, tem que ter muita atenção. Em primeiro lugar, precisa dar preferência a quem saiu da RSC-453 (ou veio da RSC-287) e quer fazer o contorno do trevo ou seguir em direção a Santa Cruz.

Observado isso, anda mais alguns metros e precisa dar preferência a quem vem pela pista central e está indo em direção a Santa Cruz. Ao cruzar a rodovia, precisa dar preferência a quem vem de Santa Cruz. E, se por ventura o motorista pretende ir à Lajeado, precisa atravessar novamente a pista central e, outra vez, dar preferência a quem segue pela RSC-287.

RÓTULA FECHADA

Um dos problemas apontados pelo sargento Railander Negrini, do Pelotão Rodoviário de Santa Cruz do Sul, é a manutenção da pista central. “Já oficiei a EGR, solicitando mudanças, pedindo a retirada da pista central e a construção de uma rótula fechada, com alças de acessos laterais”, explicou.

O patrulheiro ressaltou que o trecho entre o quilômetro 78 (trevo) até o 82 (abaixo do Casa Cheia) é o mais problemático da sua área de atuação. Estatísticas do Pelotão revelam que cinco pessoas perderam a vida este ano entre o trevo de Venâncio e Candelária (km 140). Três delas morreram entre os quilômetros 78 e 82.

Referente a acidentes, o Pelotão atendeu, entre janeiro e setembro, oito acidentes no trevo de Venâncio, sendo quatro com lesões corporais (com quatro pessoas feridas) e quatro com danos. “Mas sabemos que os acidentes com danos são bem maiores e nem sempre conseguimos atender”, observou o sargento Negrini.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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