A eleição passou. E agora?

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Concluído o processo eleitoral de 2020 e definidos os gestores municipais para o período de 2021 a 2024, é hora de pensar em transição e na formatação do governo de Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB), que receberão a Prefeitura de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (PTB), a quem venceram nas urnas no último domingo, 15. A posse dos novos responsáveis pelo Executivo será no dia 1º de janeiro.

Desde que Jarbas e Izaura foram oficialmente declarados vencedores da corrida para o Executivo de Venâncio Aires, as pautas passaram a ser a montagem do secretariado e as metas para os primeiros 30 dias da Administração. Com isso, uma série de nomes surge, uns com força, outros nem tanto. Até o momento, o prefeito eleito não confirmou nenhum secretário, pois está dando prioridade ao estabelecimento de metas.

No planejamento, prefeito e vice eleitos projetam uma redução de cargos em comissão (CCs) para o próximo ano. A intenção é estipular um teto de servidores nestas condições, mas o número ainda não está definido. Jarbas e Izaura também devem anunciar, se não a extinção, pelo menos a fusão de algumas secretarias, com o objetivo de enxugar a máquina pública. Os dois pontos – redução de CCs e de secretarias foi intensamente trabalhado pela coligação ‘Aliança pelo Desenvolvimento’ durante a campanha eleitoral.

Os agentes políticos

• Alessandra Ludwig (539 votos) – Tenta, na Justiça Eleitoral, reverter decisão que impugnou a sua candidatura a vereadora. Seria a primeira suplente do PDT no pleito, mas sua votação está sub judice. A meta dela, que tem 39 anos, é ser vereadora, mas a tendência é de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantenha a impugnação. Apesar disso, é um nome que pode aparecer no primeiro escalão do governo. A Secretaria de Meio Ambiente, por exemplo, é uma pasta que dialoga com Alessandra, que faz parte da ONG Amigo Bicho, entidade que trabalha ações de proteção aos animais em Venâncio Aires.

• Luciana Scheibler (488 votos) – Primeira suplente do PDT, tem 51 anos e atua como secretária em uma clínica de cardiologia. Na campanha, contou com o apoio de Sandro Kroth, cabeleireiro muito conhecido na Capital Nacional do Chimarrão, especialmente no interior do município. Se qualquer um dos quatro vereadores eleitos for chamado para o primeiro escalão do governo, ela terá uma oportunidade na na Câmara Municipal.

• Ana Cláudia do Amaral Teixeira (393 votos) – Assistente social concursada da Prefeitura, não obteve a reeleição ao Legislativo. Aos 52 anos, ficou com a segunda suplência na Câmara. Acumula experiência como secretária de Habitação e Desenvolvimento Social, no governo do ex-prefeito Airton Artus (PDT). É cotada para assumir a pasta mais uma vez e também tem a possibilidade de assumir vaga na Casa do Povo, em caso de convocação dos titulares para a Administração.

• Cláudio Weschenfelder (369 votos) – Aos 49 anos, concorreu pela primeira vez ao Legislativo, após se destacar como liderança de Grão-Pará, em especial na Associação Esportiva São Pedro (Assespe), e foi o terceiro suplente. Tem ligação com o esporte e com a agricultura e pode tanto ter uma oportunidade na Câmara quanto aparecer no governo, mais provavelmente em funções de segundo ou terceiro escalão. Atualmente, trabalho com editoração eletrônica de jornal.

• Samuel Gisch (367 votos) – Tem 23 anos e também concorreu a uma cadeira na Casa do Povo pela primeira vez, fechando com a quarta suplência. É filho de Auri Gisch, que chegou a assumir como vereador na atual legislatura, ainda pelo PTB. Pai e filho foram para o PDT depois que Samuel desincompatibilizou de cargo em comissão (CC) que exercia na Administração de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (PTB). Tem chance, embora pequena, de assumir como vereador, mas deve mesmo fazer parte do governo, em cargo de segundo ou terceiro escalão.

• Motorista Godoy (325 votos) – Tem 62 anos e está aposentado, após trabalhar muito tempo como motorista da Secretaria de Saúde. Embora não se possa descartar uma oportunidade na Câmara, ela é remota. Mais provável é a utilização em algum cargo de segundo ou terceiro escalão, em virtude da boa votação que obteve nas urnas.

• Professor Émerson Elói Henrique (300 votos) – Oportunidade de assumir como vereador é remota, mas o professor, de 46 anos, já foi secretário de Educação e não se descarta que seja anunciado para mais um período à frente da pasta. Fez parte da equipe de coordenação de campanha de Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB) e é um dos integrantes da cúpula do PDT.

• O PDT teve ainda outros 12 candidatos a vereador que somaram menos de 300 votos, o que não impede que tenham função de destaque na próxima Administração: Oneide Dallafavera (269), Freda (248), Noredi Rodrigues (217), Eduardo André de Oliveira (209), Ademir Maciel (193), Fabrício Bohn (160), Lu do Carnaval (158), Vanessa dos Santos (150), Bolão (106), Professora Sandra Matje (99), Leonice França (75) e Eldívio Kesseler (49).

Os agentes técnicos

• Fabiana Keller – Foi secretária da Fazenda, cargo que deve voltar a ocupar. É um dos nomes mais certos para a próxima gestão, considerada peça-chave para o controle das finanças do Município.

• Rosane da Rosa – Era o braço direito de Celso Artus na Secretaria de Saúde, no governo de Airton Artus. Agora, está cotadíssima para ser a titular da pasta. Nos últimos anos, foi secretária de Saúde de Farroupilha, cargo do qual já se desligou.

• Gisele Spies Chitolina – Já respondeu pela Procuradoria Jurídica e é cotada para figurar novamente na função.

• Leandro Pitsch – Ex-secretário de Administração, é nome cotado para voltar à Prefeitura. No entanto, pesa o fato de que está bem colocado na iniciativa privada.

• Hélio Lawall – Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente, sempre é ventilado para governo do PDT. Contudo, também está bem colocado na iniciativa privada.

• Deizimara Souza – Já foi secretária de Planejamento e responsável pela Central de Projetos. É nome forte para o primeiro escalão de Jarbas da Rosa e Izaura Landim.

• Mara da Silva – Participou do governo de Airton Artus tanto na área jurídica, quanto como secretária de Meio Ambiente, por um período. Pode reaparecer.

• Daiana Nervo – Foi responsável pela Comunicação no período em que o PDT esteve na Prefeitura. É provável que figure entre os principais nomes de Jarbas e Izaura, não se descartando, inclusive, que seja catapultada para um cargo de secretária.

• Outros nomes: Celso Artus (ex-prefeito e ex-secretário de Saúde), Celso Knies (ex-secretário de Planejamento), Ronald Artus (ex-secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos), Gustavo Von Helden (ex-secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos) e Fernando Heissler (ex-secretário de Desenvolvimento Rural e de Meio Ambiente).

Uma pergunta

Há a possibilidade de o ex-prefeito Airton Artus fazer parte do governo de Jarbas da Rosa e Izaura Landim?

De acordo com o próprio Airton Artus, não. Ele garante que até o fim do primeiro semestre de 2021 permanecerá na Assembleia Legislativa, onde exerce a função de coordenador de bancada do MDB. “Como funcionário da Prefeitura, quando voltar serei apenas um colaborador”, comenta o médico.

Partidos aliados

PSD – Reelegeu Nelsoir Battisti, que já foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo e é cotado para fazer parte do primeiro escalão mais uma vez. Se isso acontecer, ele abre espaço na Câmara para Rodrigo VT, primeiro suplente do partido.

MDB – Reelegeu Gilberto dos Santos, que não esconde a vontade de ter experiência como secretário municipal. Ele tem forte ligação com a agricultura e, se for para a Administração, deixaria caminho aberto para André Puthin no Legislativo, que ficou na primeira suplência. A terceira mais votada da sigla foi Helena da Rosa, nome forte para integrar o secretariado. Depois dela, o mais votado é Nilson Lehmen.

Cidadania – Não elegeu vereador, mas tem no presidente Acemar da Silva, o Zequinha, um forte aliado de Jarbas e Izaura. Talvez o partido não seja agraciado com uma pasta, mas certamente terá algum espaço no governo.

PSL – Elegeu Claidir Kerkhoff, ex-secretária de Habitação e Desenvolvimento Social. Pela trajetória, também é nome para ser considerado para a formação do secretariado e, se for convocada por Jarbas e Izaura, permitirá que o primeiro suplente do partido, Ricardo Landim (filho da vice-prefeita eleita) assuma no Legislativo.

Republicanos – Elegeu Benildo Soares, ex-chefe da Junta de Serviço Militar (JSM), que tem intenção de ser secretário, em especial da Segurança Pública, pasta que Jarbas da Rosa criticou a criação, durante a campanha. Se for para o governo, abre espaço para Zé da Rosa, vereador que não se reelegeu, mas ficou com a primeira suplência da sigla.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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