A eleição de 2020, encerrada no dia 15 de novembro e que elegeu Jarbas da Rosa (PDT) como novo prefeito, foi a 11ª em Venâncio Aires nos últimos 20 anos. No período, diversos foram os candidatos a se colocarem à disposição da comunidade, porém ninguém fez mais votos – considerando as urnas da Capital Nacional do Chimarrão -, que Airton Artus, do PDT. Prefeito por dois mandatos, de 2009 a 2016, ele soma 63.365 votos em quatro eleições disputadas nas últimas duas décadas: em 2000, os 1.217 votos obtidos renderam uma cadeira de vereador; em 2008 e 2012, fez 21.686 e 27.154 votos, respectivamente, para prefeito; e, em 2018, acumulou mais 13.308 votos nas urnas de Venâncio para deputado estadual (quando não se elegeu).
O desempenho significativo nos últimos 20 anos coloca Airton Artus à frente de Almedo Dettenborn – que é do MDB, mas atualmente não milita mais, em virtude de problemas de saúde – e de Giovane Wickert (PSB), que completam o pódio do levantamento realizado pela Folha do Mate. Almedo tem 51.919 votos somados em três eleições, todas para prefeito: 2008, 2004 e 2000. Giovane surge com 49.077 votos, obtidos em cinco eleições: 2020 e 2016 para prefeito, 2014 para deputado estadual e 2004 e 2000 para vereador. Pelo critério adotado pela Folha do Mate, Airton não soma os votos da eleição em que concorreu como vice de Almedo, em 2004, e Giovane não contabiliza os votos dos anos de 2008 e 2012, quando foi vice de Airton.
Ao ser contatado para comentar o resultado obtido no levantamento, Airton manifestou surpresa: “É que eu nunca tinha feito este cálculo”. Para ele, “aparecer em primeiro lugar do ranking é motivo de orgulho e gratidão, pois muitas pessoas confiaram a mim o seu voto mais de uma vez, alguns nestas quatro eleições”. De acordo com o médico e ex-prefeito, o que mais chama a sua atenção desde que entrou para a política é que sempre teve rejeição baixa. “A receptividade da população de Venâncio Aires sempre foi maravilhosa”, ressalta, acrescentando que é justamente isso que o fez concorrer ao longo dos anos. “É do povo que vem o sinal”, diz.
Lembrança
A maior lembrança do político nestas duas décadas é a eleição de 2008, quando se elegeu prefeito pela primeira vez. “Eu disputei a Prefeitura conta dois gigante da política local, Almedo Dettenborn e Glauco Scherer. Naquela época, eram eles que dominam nosso cenário eleitoral. Os dois somavam cinco mandatos de prefeito”, recorda.
Frustração
- Como frustração, Airton Artus tem a eleição de 2018, a última disputada, quando não conseguiu garantir uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul por 199 votos.
- Além dos 13.308 obtidos na Capital do Chimarrão, fez 11.100 fora do município, chegando a 24.408, na primeira suplência do PDT, logo atrás do eleito Luiz Marenco, que somou 24.607 votos.
- De acordo com ele, como havia mais candidatos de Venâncio concorrendo – Vinícius Medeiros (PSDB) e Celso Krämer (PTB) -, a busca pelo voto ficou acirrada. E, principalmente, o fato de que muitos eleitores do município não votaram por conta da biometria. “Pela projeção, teria passado dos 15 mil votos em Venâncio, tranquilamente”, lamenta.
“Pode cravar que vou concorrer em 2022”
Airton Artus pretendia oficializar uma condição de pré-candidato à Assembleia Legislativa em 2022 nos próximos dias, mas aproveitou a entrevista para anunciar que vai para mais uma tentativa daqui a dois anos. “Pode cravar que vou concorrer em 2022”, revela, acrescentando que não descarta uma candidatura única da Capital Nacional do Chimarrão para o próximo pleito: “Pode acontecer sim. É algo que tem chance”.
O ex-prefeito recorda a eleição de 2002, quando Nestor de Azeredo – na época no PDT e atualmente presidente do PSB – concorreu como candidato único do município e obteve, só em Venâncio Aires, 16.255 votos. “Lembro que ajudei a construir esta condição. O sol nasce para todos, mas seria uma situação muito interessante no sentido de termos um deputado de Venâncio depois de tanto tempo”, analisa o ex-prefeito.
Os critérios
- Ter concorrido a prefeito, vereador, deputado estadual ou deputado federal no período de 2000 a 2020.
- No caso de ter disputado a eleição majoritária para vice-prefeito, os votos não são computados para si, apenas para o candidato a prefeito.