O que era apenas especulação nas rodas de conversas sobre política se tornou oficial na quinta-feira, 30. O ex-vereador Alexandre Wickert, que encaminha sua filiação ao Partido Liberal (PL), colocou o nome à disposição da comunidade para a disputa da eleição à Prefeitura de Venâncio Aires, no ano que vem. Aos 55 anos, Wickert está retomando a vida pública, após ter ficado um bom tempo longe da política. De acordo com ele, dos dois mandatos como vereador, cumpridos pelo PTB, entre 2001 e 2008, restou um sentimento de frustração, já que os parlamentares precisam contar com a boa vontade do Executivo para levarem seus projetos adiante.
“Colocar o nome à disposição é a primeira etapa de construção de uma candidatura. Admitir que é de interesse fazer parte do processo é muito importante. Depois, vêm as questões partidárias”, disse ele. Advogado e profissional do ramo imobiliário, Wickert afirmou que tem um perfil “conservador, de direita”, mas que não descarta abrir conversas com integrantes de outros partidos não alinhados. “Nunca fui de me esconder atrás de sigla e, no município, a situação é um pouco diferente do que no país”, argumentou, ao falar sobre a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. “O Bolsonaro fez mais votos em Venâncio Aires e, para quem se diz de direita, isso não prejudica”, falou.
As pretensões políticas de Wickert foram trazidas à tona no programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, na quinta-feira, 30. Por cerca de 30 minutos, ele falou sobre o retorno ao cenário político e assegurou estar preparado para o desafio de disputar a Prefeitura. “Sei que não é fácil, mas estudei e me preparei para isso. Conheço a cultura do meu município, os problemas que temos e espero ter a solução para eles”, declarou, ressaltando ainda que o gosto pela política é herança do pai, Alfonso Wickert, que em 1982 integrou a nominata majoritária que garantiu a eleição de Almedo Dettenborn para prefeito pela primeira vez. “Eram três nomes no PMDB, o pai, o Almedo e o Valdir Kist. O Almedo foi o que fez mais votos e se elegeu”, lembrou.
“Não estou impondo meu nome. Estou me dispondo a concorrer. Mas, se tiver alguém mais qualificado do que eu, ou com mais votos, posso tranquilamente abrir espaço. O que eu quero é fazer parte do processo, com as minhas convicções, porque eu respeito todo mundo, mas acho que precisamos ser um pouco mais conservadores e ter um olhar empresarial para que a nossa geração de renda, a nossa riqueza, não fique mais estagnada.”
ALEXANDRE WICKERT – Advogado e ex-vereador
Cenário
Em relação à expectativa de quem podem ser os prefeituráveis em 2024, Wickert concordou que o atual prefeito, Jarbas da Rosa (PDT), e o ex-chefe do Executivo da Capital do Chimarrão, Giovane Wickert (PSB) são os mais cotados para a disputa. Ele pretende trabalhar uma eventual candidatura como terceira via, alinhada ao pensamento de direita.
“Sobre estes dois nomes, penso que o embate é desfavorável pra mim, do ponto de vista técnico. Eles estão na ativa e por dentro das questões, no entanto, como disse, estou estudando muito”, afirmou. Revelou também que está conversando com os vereadores André Kaufmann, Ezequiel Stahl e Diego Wolschick, todos eleitos pelo PTB, partido que virou o Mais Brasil, e também com Ar nildo Câmara, assessor do deputado federal Mafrcelo Moraes (PL) na região dos vales do Rio Pardo e Taquari. A intenção é de que todos rumem para o PL, mas, se os caminhos não forem os mesmos, que integrem uma mesma base.
