“A principal bandeira na Câmara sempre vai ser a agricultura, mas um vereador não pode ficar fixo a um único propósito. É preciso estar atento às demandas da comunidade e reivindicar ao Executivo Municipal que as atenda”. É com este pensamento que o atual secretário de Desenvolvimento Rural, André Kaufmann, vai chegar ao Legislativo a partir do dia 1º de janeiro de 2021. Pela primeira vez ele conquistou o mandato parlamentar e acredita que a experiência de vida e a “faculdade” da pasta que liderou nos últimos quatro anos serão fundamentais para garantir uma legislatura atuante e com representatividade.
O petebista se diz tranquilo em relação ao trânsito com os novos gestores, pois afirma que enquanto esteve à frente da secretaria, acolheu pedidos de todos, sem levar em conta a agremiação partidária. “Quanto isso, tenho convicção de que atendi a contento, até porque, neste período, fui muito pouco procurado por vereadores da oposição”, comenta. Kaufmann salienta que, passada a eleição, é hora de as forças políticas se unirem e buscarem o melhor para a população de Venâncio Aires. “A gente sabe que a divergência de ideias e de pontos de vista sempre vamos ter, mas é possível conviver de forma pacífica”, defende.
Se em 2016, quando ‘debutou’ em eleições, os 505 votos não foram suficientes para assegurar uma cadeira no Legislativo, em 2020 o desempenho foi surpreendente: 1.090 votos, o terceiro colocado entre os mais de 200 postulantes à Câmara de Vereadores. “Nesta votação expressiva, faço a leitura de que, em primeiro lugar, está o reconhecimento pelo trabalho na secretaria de Desenvolvimento Rural. Mas também quero ressaltar que trabalhei muito nos 60 dias que antecederam a eleição, pois sabia que seria um pleito muito disputado. Além disso, fiz um curso de marketing político. Vou me dedicar ao mandato”, afirma.
“Na Câmara, minha intenção é construir. Não vou ficar procurando atrito o tempo todo, quero fazer uma oposição consciente. Mas, se alguém me bater, eu devolvo.”
ANDRÉ KAUFMANN – Vereador eleito do PTB
História
Natural de Venâncio Aires, André Kaufmann, hoje com 47 anos, viveu a infância, junto com a família, em uma propriedade em Rincão de Souza, no interior do município. Ajudava na lavoura e frequentou a Escola Professora Rosina Schauenberg até a 5ª série. É casado com Gisele Araújo e pai de Felipe, 16, e Bruna, 10. O pai, Aurio Setembrino Kaufmann, tem 85 anos, e a mãe, Lony Kaufmann, faleceu este ano.
Aos 19 anos, decidiu ir para Santo Antônio da Patrulha, onde morava uma tia. Por lá, ficou seis meses, até se transferir para Gravataí, onde passou a realizar cursos no Senai. “Fiz, inicialmente, mecânica e usinagem. O Senai de Gravataí era o mais completo do estado”, recorda.
Também morou em São Leopoldo, Cachoeirinha e Porto Alegre, municípios onde trabalhou em metalúrgicas, exercendo também funções ligadas à automação industrial e de projetista. Por um ano, residiu em São Paulo, quando atuou como representante comercial de uma empresa de máquinas de pavimentação.
Voltou para Venâncio Aires no ano de 2001 e logo passou a trabalhar na Tramontini, onde ficou até 2013. Ao deixar a empresa, abriu o próprio negócio, no ramo de implementos agrícolas. Manteve o estabelecimento até o fim de 2017, quando recebeu o convite do prefeito e vice eleitos na época, Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (PTB), para ser secretário de Desenvolvimento Rural. “Não teria como conciliar a empresa e a secretaria. Meu 100% tinha que estar aqui”, justifica ele, que ficará na pasta até o fim deste ano – retornou após concorrer e se eleger vereador.
Trajetória política
• A militância de André Kaufmann na política é recente. Em 2013, foi sondado pelo atual prefeito, Giovane Wickert, na época no PT, sobre eventual filiação. Adiou um pouco a decisão e foi parar nas fileiras do PTB, após conversa entre Wickert e Celso Krämer, em 2015.
• Concorreu a vereador pela primeira vez em 2016, obtendo 505 votos e ficando com a terceira suplência do partido. Foi parar na Secretaria de Desenvolvimento Rural, de onde só saiu, nos últimos quatro anos, para concorrer outra vez a vereador, em 2020.
• Assim, ele pretende continuar: tocando a vida política e profissional em paralelo, sempre que for possível e da forma que as oportunidades surgirem. “Como vereador, tenho consciência de que dá para fazer mais do que legislar e fiscalizar o governo. Tem que ir atrás de recursos, falar com os deputados, pois o orçamento se restringe à folha e poucos investimentos”, argumenta.