Faltando menos de um ano para a eleição de 2022, agendada para o dia 2 de outubro, o cenário de Venâncio Aires – no que se refere aos prováveis candidatos -, está praticamente definido. A não ser que tenhamos alguma novidade de última hora, três conhecidos políticos da Capital do Chimarrão vão disputar os votos dos eleitores daqui e, também, sair em busca de votos pelo estado afora para chegarem à Assembleia Legislativa.
O primeiro a anunciar a sua pré-candidatura foi o ex-prefeito Airton Artus (PDT), que cumpriu dois mandatos à frente do Executivo de Venâncio Aires e vai para a segunda tentativa de assegurar uma vaga no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Outro ex-prefeito também está no páreo: é Giovane Wickert (PSB), que vai concorrer pela segunda vez. E, mais recentemente, o ex-vice-prefeito Celso Krämer, que deixou o PTB e vai assinar ficha no Podemos, admitiu que estará à disposição, no ano que vem, dos eleitores venâncio-airenses. Krämer vai para a quarta tentativa de se eleger deputado.
Planos para 2022
Para saber como estão sendo elaboradas as estratégias de campanha, o que eles pretendem trabalhar como prioridade em eventuais mandatos e o que pensam sobre a dificuldade da eleição, a Folha do Mate falou com Artus, Wickert e Krämer. A proposta foi que cada político falasse abertamente sobre planos para 2022, sem perguntas preestabelecidas. É um primeiro apanhado do cenário eleitoral do ano que vem, que certamente vai esquentar nos próximos meses e, por fim, ‘pegar fogo’ no momento em que os candidatos tiverem que convencer os eleitores.
Airton Artus (PDT)
• Sou candidato para me colocar à disposição para que a população tenha uma representação em nível estadual, mas também por me considerar preparado, por ter estudado e adquirido conhecimento na área política. Tenho experiência pelos cargos exercidos e estou focado no Legislativo Estadual. É o momento em que quem quer concorrer a deputado tem que pensar em nível de estado, e não ficar pensando em manter uma base para concorrer depois a prefeito. Isso é muito mais um uso do momento político do que uma vontade de representar o município na esfera estadual.
• Tenho características que acho que farão a comunidade optar pela minha candidatura. Uma por eu ser favorito, pois não me elegi por muito pouco numa eleição que era muito difícil. A biometria me prejudicou aqui em Venâncio. Foram quase 2 mil votos que perdemos entre quase 5 mil pessoas que não votaram. Outro argumento é a minha independência em relação aos partidos. Comparado a outros candidatos, não sou coadjuvante, tenho sido a primeira escolha.
• Na minha trajetória vivi e vivo os dois lados. Na vida pública, tive atuação forte pelo viés do serviço público, identificando os problemas na educação, na saúde, na prestação de serviços. Isso permitiu, ao longo do tempo, me preparar para a solução dos problemas. Especialmente na saúde, na questão do hospital. Por outro lado, como trabalho na iniciativa privada, vejo as dificuldades dos empreendedores em todos os sentidos. Desde a manutenção de empregados, a folha de pagamento com alto custo e toda a carga tributária.
• Quando prefeito, trabalhei não só para criar polos de desenvolvimento, mas também para preparar ambientes para que os empresários pudessem investir e prosperar. Construímos oito postos de saúde e quatro creches. Só na qualificação de mão de obra foram mais de 5 mil pessoas aqui no município. Também trabalhamos na área de habitação, onde foram mais de 1.200 unidades construídas. Ainda temos a UPA, oito ginásios de esportes e obras de infraestrutura, como drenagem, que foram mais de 60 quilômetros.
• Pavimentação foram 40 quilômetros na cidade e 20 no interior. Isso fez como que a nossa Administração tivesse o reconhecimento não só pelas realizações, mas também pela transparência. Fomos premiados pelo Ministério Público Federal como um dos sete municípios mais transparentes do Brasil e pelo Tribunal de Contas do Estado como o município mais transparente do Rio Grande do Sul.
• Na produção primária, ao longo da minha trajetória tenho trabalhado a valorização da agricultura familiar, que é quem produz alimento. No nosso período se constituíram 38 agroindústrias. As grandes agroindústrias também tiveram apoio. Daí tivemos o Polo de Proteína Animal e o PAC dos Frigoríficos. É um projeto que o prefeito Jarbas também assumiu e acho que vai ter condições de levar adiante esta importante fonte de desenvolvimento.
• Gosto da área das humanas e me considero um homem da cultura e dos esportes. Tenho a minha opção pelo futebol, mas também admiro todas as áreas esportivas e sempre procurei incentivá-las. Essa experiência que adquiri nas últimas décadas me coloca, sim, em condições de pleitear ser o representante de Venâncio no Legislativo. Ser o representante das pessoas, dos agricultores, dos empresários, dos prestadores de serviços. Enfim, eu quero preparar a cidade e transformar a vida das pessoas para melhor.
“É preciso olhar para o futuro, para que Venâncio dê um salto, com qualificação, prosperidade e progresso. É nisso que estou pensando.”
Giovane Wickert (PSB)
• O cenário no Rio Grande do Sul tem apontado um bom espaço para a renovação e a consolidação de novas lideranças. Como o atual governador, Eduardo Leite, do PSDB, já se posicionou que não vai à reeleição, isso tudo gera uma nova recomposição de forças e espaços na política. Na sua maioria, a renovação a nível estadual se dá por lideranças com algum tipo de experiência e currículo associado à expectativa do momento. O PSB tem contribuído com os últimos governos estaduais e, ao mesmo tempo, mantido sua identidade de posições.
• O nome do Beto Albuquerque tem aparecido como alternativa viável para a composição majoritária. O deputado Heitor Schuch, que foi disparado o federal mais votado em Venâncio, é o nosso maior aliado para uma dobradinha não só aqui, mas em toda região. O deputado estadual Dalciso Oliveira abre espaço para novas lideranças, pois vai concorrer a federal. Se abre uma oportunidade para Venâncio retomar o seu espaço na Assembleia Legislativa.
• Em 2014, quando concorri e fiz 22.260 votos – sendo 13.913 deles em Venâncio – fui o mais votado das últimas quatro eleições, e a chance era muito menor. Na época, precisava mais de 30 mil votos. Em 2022, a tendência é de que quem fizer entre 20 mil a 25 mil votos seja eleito no PSB. De 2014 pra cá, tive a oportunidade de ter sido prefeito, ampliando espaços em pautas na Câmara Setorial do Tabaco e na Amprotabaco, na defesa dos produtores rurais e trabalhadores da indústria da nossa maior economia.
• Presidi o Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Pardo, o Cisvale, implantando o primeiro Centro de Referência de Especialidades Médicas do estado, que hoje oferece mais de 40 especialidades à população da nossa região. Como presidente Associação Gaúcha dos Consórcios Públicos, ampliamos as relações para as outras regiões. Agora, como secretário estadual adjunto de Obras e Habitação, isso tomou uma dimensão bem maior e consolida reais chances para Venâncio Aires retomar seu espaço na Assembleia.
• Talvez estejamos revivendo um momento muito parecido com o final da década de 80, quando elegemos três venâncio-airenses, com características distintas e de partidos diferentes. Pois, as cadeiras dos deputados não são ocupadas por aqueles que mais fizeram votos no seu município, mas sim, por aqueles que mais somaram votos em todo o estado pelo seu partido.
• Ou seja, podemos eleger um ou até mais deputados que sejam de Venâncio Aires. A estratégia é buscar manter a votação entre 10mil a 15 mil votos aqui na nossa Capital Nacional do Chimarrão, que tem mais de 50 mil eleitores, e buscar ampliar para fora do município o restante da votação necessária para a eleição. Têm se somado a esse esforço uma série de lideranças dos mais variados partidos e segmentos da sociedade gaúcha.
• A região quer lideranças que não tenham preguiça para trabalhar e que tenham a articulação e o conhecimento necessário para defender e lutar por pautas que interessam não só à política, como estamos acostumados a ver, mas que resolvam os problemas do dia a dia na vida das pessoas, na economia e no social, gerando oportunidades. Tenho identificado muitos apoios neste sentido. Venâncio Aires está perto, como nunca, de realizar o seu sonho de ter um deputado. Sim, nós podemos!
“Como secretário adjunto de Obras e Habitação, a dimensão é bem maior e consolida reais chances para Venâncio retomar espaço na Assembleia.”
Celso Krämer (sem partido)
• Estava na presidência do PTB, mas já estou trabalhando um novo projeto. Na verdade, um projeto que vem sendo desenvolvido há tempo. Estamos analisando de que forma podemos captar votos, o que a pessoas querem que a gente priorize caso eleito. Já concorri três vezes e tenho experiência para saber que o voto não é só em Venâncio, tem que ser buscado em todo o Rio Grande do Sul. Na última eleição, tínhamos três candidatos em potencial aqui, todos buscaram 10 mil votos fora de Venâncio e não chegou.
• Tem que ter uma estratégia de buscar mais votos fora. Se fala muito em ter um candidato só, mas isso é complicado, porque temos os partidos e cada um tem seus interesses. Não há consenso e a comunidade também não vai votar só em uma pessoa. Pela primeira vez estou tendo um apoio partidário, deste partido novo, o Podemos, que a gente vai ingressar. Tenho apoio em nível de estado, trabalho no gabinete do deputado federal Maurício Dziedricki, que também vai para o Podemos.
• Estou tendo a oportunidade de trabalhar esta pré-candidatura junto com ele estado afora, em vários municípios, trabalhando as emendas parlamentares. A gente vai ter uma dobradinha pra dar resultado. No passado eu não tinha nada disso. Simplesmente tinha que buscar o voto no peito e na raça. Até nem sei como eu consegui buscar 10 mil votos fora de Venâncio. Isso é muito complicado sem tu ter uma estrutura partidária, quando o partido não te ajuda. Falo do partido no estado, não do município.
• No estado já têm as cartas marcadas, quem é para se eleger e quem não é, então para deputado é uma briga meio desumana. Essa vez é diferente, dentro do novo projeto, do novo partido, a gente vai ter um apoio muito grande. Serei um homem de frente em uma dobradinha com o deputado Maurício em muitos municípios, onde as coisas já estão acontecendo, onde eu tenho a oportunidade de negociar emendas. Acredito que neste novo partido os leões não são tão ferozes.
• No PTB eu era dos últimos, porque enfrentar deputado eleito e que vai à reeleição é desumano. O Podemos é um partido novo, que não tem deputado e os candidatos são da mesma envergadura que a minha. Pela primeira vez eu vejo uma perspectiva positiva. Tenho condições de trabalhar agora, pois na última eleição eu era vice-prefeito e fiquei sentado na cadeira trabalhando.
• Agora estou com uma estrutura diferente, boa e bem antes da eleição. São novos ares, novo partido e apoio de várias pontas do Rio Grande do Sul. Estamos analisando quantos votos serão precisos. Quando tem gente no partido que faz 30 mil, 35 mil votos, tu também tem que vir para esta linha. Mas, como o pessoal do Podemos está no mesmo patamar que eu, vou pra uma luta diferente, para buscar esta cadeira na Assembleia.
• Estou lotado e tenho a estrutura do gabinete do deputado à disposição. É bem diferente das outras vezes. Com certeza a minha votação fora de Venâncio vai aumentar muito, o que me leva a crer que dá pra sonhar com esta cadeira. A gente sempre tem os pés no chão, mas entre os candidatos por Venâncio Aires eu sou um veterano, pois já concorri três vezes. A gente não tá fazendo muito barulho como os outros. Também não estamos fazendo muita postagem, mas trabalhando bem firme.
“Os Moraes só queriam que eu fosse cabo eleitoral. Agora é pra gente, em vários municípios e estamos confiantes no retorno dos votos.”