A história de Marcela Machry Eggers (PDT), 33 anos, com a política iniciou ainda na infância, quando ela acompanhou a participação do avô paterno, Adelmo Raphael Machry, 81 anos, e do pai, João Carlos Machry, 56 anos, nesse segmento. Moradora do Loteamento Machry, no Centro de Mato Leitão, a vereadora eleita participou, neste ano, pela primeira vez de um pleito municipal. Com 145 votos, ela será uma das vozes femininas no Legislativo da Cidade das Orquídeas.
Marcela cresceu na comunidade de Vila Arroio Bonito, onde os pais João e Márcia Cristina Ruschel Machry, 54 anos, ainda residem. Há 13 anos, passou a viver no Centro. Ela é casada com Rodrigo Eggers e tem uma filha, a Valentina, de 5 anos. A vereadora eleita está concluindo o curso de Pedagogia pela Uninter, no polo de Venâncio Aires, é monitora de educação e cabelereira.
O envolvimento com a política é um legado herdado do pai e do avô, que foram vereadores durante dois mandatos cada um. Além disso, ambos ocuparam o cargo de secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, função que João desempenha atualmente. Marcela ainda recorda que quando Mato Leitão ainda era um distrito de Venâncio Aires, município vizinho, o avô já tinha participado de um pleito municipal concorrendo como vice-prefeito.
Ele também foi uma das lideranças da emancipação. “Além da vida política, eles são lideranças na comunidade do Arroio Bonito, tanto na igreja católica quanto na comunidade São José. Isso tudo sempre acompanhei”, salienta. A jovem também é sobrinha-neta da primeira prefeita do município, Eunice Heuser.
Campanha
Para Marcela, um dos principais desafios do período de campanha foi a pandemia de coronavírus. “Principalmente no interior, tinha muitas visitas para pessoas idosas e grupos de risco. Então, algumas dessas visitas foram agendadas e tudo foi feito dentro das restrições. Fui de máscara e usei álcool gel”, relata.
Ela também avalia que esse período de campanha foi desafiador porque exigiu muito das redes socais. “Apesar de ser um município onde conhecemos praticamente todo mundo, não se conseguiu fazer todas as visitas”, comenta. O foco de Marcela foi realizar visitas a moradores de Vila Arroio Bonito, onde passou a infância e a adolescência, e no Centro, onde ela reside atualmente. “Mas eu passei por todas as comunidades”, acrescenta. Marcela conta que recebeu muito apoio da família e de amigos durante o período.
Entrevista
Folha de Mato Leitão – Quando iniciou sua história com a política? Já concorreu em outras eleições ou ocupou cargos públicos?
Marcela Machry Eggers – Minha história com a política começou desde pequena, porque eu já cresci em uma família de políticos. Meu avô e meu pai foram vereadores e secretários de agricultura, cargo que meu pai ainda ocupa. Escolhi concorrer pelo PDT por eu estar me formando pedagoga e o Brizola, como fundador do partido, sempre deixou o legado à educação. A base para eu ter ingressado na política vem das raízes, da família, de ter tido o apoio deles. Essa foi a primeira vez que concorri e nunca ocupei cargo público.
O que lhe motivou a concorrer como vereadora?
Primeiramente, a questão de que com a nova lei eleitoral, 30% dos candidatos precisam ser mulher. Então, todos os partidos têm essa dificuldade de encontrar mulheres. Mas, o principal motivo foi achar que era o momento de aceitar o desafio e por eu gostar de política, de ajudar as pessoas e de lutar por ideias e reivindicações.
Quais ações você pretende colocar em prática no mandato como vereadora?
Primeiro frisar que o vereador não pode criar nenhum projeto que tenha envolvimento com despesas, mas sim fazer indicações ao prefeito. Pretendo trabalhar sempre em parceria com o Executivo. Acredito que Mato Leitão está muito bem em todos os setores, principalmente na educação e na saúde, mas sempre temos coisas para melhorar. Quero ouvir as demandas da população. Tem algumas ações que quero lutar mais, que são em relação aos idosos, por exemplo. Nessa área, já existe uma grande parceria com a Secretaria da Assistência Social, que tem um fundo criado buscando recursos, inclusive para conseguir a construção do Centro Dia, que é para acolher essas pessoas de idade durante o dia. Vou trabalhar para colaborar com isso, caso tenha que se buscar recursos para que se consiga concretizá-lo. Também quero trabalhar para intensificar a parceria para a oferta de vagas do programa Jovem Aprendiz. Há ainda muitas reivindicações de melhoria de infraestrutura e em áreas de lazer, que eu acredito serem importantes, principalmente, para os fins de tarde e fins de semana. Quero buscar, também, parcerias com ONGs [Organizações Não Governamentais], principalmente de Venâncio Aires, para a questão dos animais de rua, a castração e, se necessário, serviços veterinários. Ainda estamos amadurecendo essa ideia.
O que representa ter sido eleita vereadora da Cidade das Orquídeas?
Para mim é um sonho, é uma honra e acima de tudo é um compromisso com aqueles que confiaram e acreditaram em mim, por ter sido a primeira eleição e já ter conseguido ser eleita.
Para você, o que torna Mato Leitão um município desenvolvido?
Além de ser uma cidade bonita, a qualidade de vida. Acredito que perante a outros municípios se tem muito investimento na educação, na saúde e na agricultura, além de programas sociais. Também há muito incentivo ao esporte e à geração de emprego e renda, em especial, agora, com a área industrial, que acredito que está bem localizada, na RSC-453, entre os municípios de Venâncio e Lajeado. Para as empresas se instalarem ali acredito que será muito bom, pois é de fácil acesso. Me sinto orgulhosa de ser mato-leitoense e quero trabalhar junto à Câmara de Vereadores para desenvolver esse município ainda mais.