O debate acerca do rodízio de suplentes na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires esquentou na sessão de segunda-feira, 12. Provocado pelo colega Paulo Valdomiro de Souza (PSD), o vereador Ezequiel Stahl (PTB) fez uma manifestação de impacto durante o seu pronunciamento no período das Comunicações. “Na política, tudo acaba em pizza. E o nome rodízio, dado a esta patifaria, foi muito bem apropriado”, disparou. Ele acrescentou que não teve a intenção de criticar o mecanismo, até porque já foi protagonista da prática na legislatura passada, porém precisava questionar a forma como a prática está sendo conduzida.
Stahl soltou o verbo depois que Souza – um dos 11 suplentes que já tiveram chance de assumir uma cadeira nesta legislatura – ocupou a tribuna e afirmou que, “querendo ou não, até o dia 2 de agosto o senhor vai ter que me engolir aqui nesta Casa”. O vereador do PSD minimizou a repercussão sobre o rodízio, liderada pelo petebista, que na semana anterior também falou sobre o tema na tribuna e concedeu entrevista na Rádio Terra. “O senhor pediu uma justificativa? É a democracia, com vez e voz para cada candidato que concorreu”, disse.
“Quero parabenizar o vereador Ezequiel Stahl, pela grande luta que travou aí no revezamento dos vereadores. Na rádio lá, fez um grande trabalho. Parabéns, vereador! Parece que não obteve muito sucesso. O PSD apenas está dando o direito de vez e voz para cada candidato que concorreu.”
PAULO VALDOMIRO DE SOUZA – Vereador do PSD
De acordo com o petebista, “quem não está querendo engolir esta história é a população”. Ele ainda ironizou a situação. “Já que se faz tanto rodízio aqui em Venâncio, tenho uma sugestão para fazer. A gente vai ter, daqui uns dias, a escolha das soberanas da Fenachim. O que vocês acham de não fazer a escolha? Cada dia um trio representa o Município e tá pronto”, afirmou. Stahl seguiu dizendo que “é por isso que existe uma eleição, é pra eleger quem vai nos representar, e a gente precisa obedecer estas questões da democracia”, para em seguida concluir: “E, quando digo isso, digo com base em princípios constitucionais e da administração pública. E eu, por fazer parte de uma casa legislativa, prezo por obedecer o que está na legislação”.
“O colega ficou magoado com as minhas colocações e entrevista na rádio. Não é só opinião minha, é também de um professor de Direito da Unisc. A notícia triste eu é que vou dar: daqui uns dias o presidente do teu partido vai mandar tu dar a cadeira para o próximo da fila, e vai ter que obedecer.”
EZEQUIEL STAHL – Vereador do PTB
Consulta ao Igam
Último a utilizar a tribuna no período das Comunicações, o presidente da Mesa Diretora da Câmara, Tiago Quintana (PDT), também fez manifestação a respeito do tema. Informou que fez consulta ao Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (Igam): “Fiz, por descarrego de consciência. E o que veio como resposta é que cada suplente que assume ou não tem que fazer a sua formalização na secretaria, que é o que está sendo feito”. Apesar de ter dito que a crítica à forma como o rodízio tem sido feito é aceitável, pela frequência, Quintana lembrou que Ezequiel Stahl já cedeu espaço para os suplentes anteriormente.
“O senhor é advogado, eu também sou. E meia legalidade não existe. Se era legal quando o senhor se afastou para dar espaço a um suplente, no mandato passado, não tem como o senhor dizer que é ilegal agora, ou imoral, ou improbidade”, declarou. Ainda de acordo com o presidente da Câmara, “todos os requerimentos de licença, seja para ser secretário ou licença particular, são votados pelo plenário, que é soberano. Inclusive um veio explicitamente dizendo que era pra dar vaga a um suplente”. Ele concluiu dizendo que “do ponto de vista prático, a presença do vereador Paulo aqui não me incomoda. Se vão votar no senhor pelo partido ou porque fez rodízio, é questão política, que deve ser discutida em momento oportuno”.
“Não acho que o senhor (Paulo) seja exemplo de pizza ou de patifaria. Que bom que alguns vereadores estão se preocupando com a imagem da Câmara, porque tempos atrás enterravam coisas na Comissão de Ética, para defender colega, e ninguém se preocupava com ética, moral e bons costumes.”
TIAGO QUINTANA – Presidente da Câmara de Vereadores
LEIA MAIS:
