Vereadores ‘ressuscitam’ discussão sobre o déficit orçamentário em Venâncio

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Vereadores de situação e oposição ‘ressuscitaram’, na sessão da Câmara de segunda-feira, 26, a discussão sobre o déficit orçamentário. Tudo começou quando Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), no período das Comunicações, alertou que já havia sido lido e deve ser votado na próxima semana, o Projeto de Decreto Legislativo número 013, que acolhe o parecer do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) relativo às contas de gestão do ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) de 2019.

Em seu comentário, Ana Cláudia destacou que o TCE, embora tenha sugerido a aprovação das contas de Wickert, com ressalvas, apontou irregularidade no referido exercício fiscal. “Existência de insuficiência financeira, quando do encerramento do exercício de 2019, no valor de R$ 4.207.413,30, sendo que esta inexistia ao término de 2018”, reproduziu ela. Na sequência, informou que o apontamento é referente ao ex-prefeito, apenas, e que as contas do ex-vice-prefeito, Celso Krämer (na época no PTB e, atualmente, no Podemos), tiveram parecer favorável para aprovação do mesmo órgão.

Depois, a pedetista citou o episódio que ela classificou como “a mentira repetida durante quatro anos do déficit de R$ 40 milhões”, reacendendo um debate que teve vários capítulos a partir de 2017, quando o então prefeito Giovane Wickert (PSB) e a secretária da Fazenda da época, Jeanine Benkenstein, anunciaram que o governo anterior, liderado por Airton Artus (PDT), havia deixado um déficit de R$ 40 milhões. “Estou estupefato. As pessoas têm que saber que foi alardeado um déficit inexistente e que, no governo dele, não resolveu”, contribuiu o líder de governo na Câmara, Gerson Ruppenthal (PDT).

Contra-ataque

A partir daí, a oposição passou a rebater. Ezequiel Stahl (PTB) afirmou que Artus saiu da Prefeitura “e ficou devendo para a Unimed e fornecedores de hortifruti”. Renato Gollmann, também do PTB, declarou que o governo do PDT não quitou sequer as rescisões dos cargos em comissão (CCs) e Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB) disse que “o ex-prefeito Airton deixou o governo quebrado”, além de classificar o não pagamento da Unimed como um “crime de apropriação indébita”.

A reunião seguiu com troca de farpas e os vereadores defendendo seus correligionários e tentando desgastar a imagem dos adversários, em clara intenção de tentativa de inclinação do eleitorado, uma vez que Airton Artus (PDT), Celso Krämer (Podemos) e Giovane Wickert (PSB) são candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa. Como a votação do PDL 013 só ocorrerá na segunda-feira, 3, um dia depois das eleições gerais, é possível que o tema perca força, a não ser que a situação decida não acompanhar o relatório do TCE.

Mais chapa quente

• A chapa também esquentou no período das Explicações Pessoais, quando os vereadores têm o tempo de um minuto cada para as últimas manifestações. Só que, neste momento, o embate envolveu André Kaufmann (PTB), e Gerson Ruppenthal (PDT), com respingos em Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT).

• O petebista criticou os pedetistas, afirmando que Ruppenthal havia mentido quando falou sobre as contas de Wickert. “Também, vai esperar o quê de um vereador cassado, além da mentira?”, provocou, fazendo referência ao processo enfrentado por ele por violação de direito autoral e posse irregular de arma. Kaufmann também tentou diminuir Ana Cláudia, que é suplente: “Nem eleita foi”.

• Ruppenthal respondeu que não teve seu mandato cassado, apenas foi afastado da função de vereador enquanto resolvia a pendência judicial. “O vereador André tem que se informar. Te orienta com os advogados aí. Tu não tem conhecimento. Vamos ver quem está mentindo”, afirmou.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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