No anúncio oficial dos pré-candidatos à prefeitura pela oposição, na sexta-feira, 1°, se notou a ausência de presidentes de três partidos, o PP, PSB e o PRP. As siglas, que até então estavam participando das reuniões de cúpula do bloco dos ‘fora do governoÂ’, na hora de apresentar os nomes de Nilson Lehmen (PMDB) e Juçara Ferreira (PSDB) não estiveram presentes, pois julgaram precipitada a decisão, especialmente por não haver uma unanimidade na definição do candidato a vice, revela o presidente Progressista, Ailto Melo. “Fomos pegos de surpresa”, disse.
Embora a tendência desses partidos ainda seja oficializar em convenção o apoio à chapa majoritária de oposição, a situação gerou desconforto entre os seis partidos (PMDB/ PSDB/ PTB/ PP/ PSB/PRP). Entretanto, assegura Melo, os trabalhos se voltam agora para tentar firmar uma coligação na proporcional com os três partidos. “Faltam pequenos acertos. O PP não quer apenas manter as duas cadeiras, mas ampliar a participação na Câmara. Assim como o PSB e o PRP, que hoje não têm representantes, querem eleger vereadores”, explica.
Ailto conta que na reunião na quinta-feira, 31 de maio – que para ele seria mais uma das reuniões para tratar dos pré-candidatos -, acabou sendo definidos os dois nomes, pois o presidente do PMDB, Paulo Mathias Ferreira, teria dito que naquela noite era necessário decidir a chapa, pois estavam perdendo tempo e que inclusive uma coletiva de imprensa já estava agendada para o outro dia. No entanto, Melo e o presidente do PSB, Nestor Azeredo, queriam que essa decisão fosse tomada após o dia 10 de junho, quando se iniciam as convenções. Foi então que decidiram que, se o anúncio fosse feito no outro dia, não iriam comparecer na coletiva. “Foi meio na marra o anúncio da dupla”, revela. Ailto afirma que o PP não tem nada contra os nomes escolhidos, inclusive apoia Nilson para prefeito, mas queria que o nome do vice fosse pensando melhor. “A Juçara não era unanimidade”, garante.
A coletiva de imprensa, na sexta-feira, teve a presença do suplente de vereador do PP, Heitor Wachholtz, que, desinformado dos fatos, acabou comparecendo no início do encontro e, em seguida, se retirou, quando solicitado pela executiva do seu partido.
Ailto, questionado se o partido não queria Juçara como candidata a vice, já que tinha como interesse indicar a vereadora Izaura Landim, afirma que não há restrições quanto ao nome da advogada. “é um nome de experiência, uma mulher inteligente, que sabe se expressar bem, tem atuação política.” No entanto, lembra que, na vinda de Ana Amélia Lemos (PP), durante a 12ª Fenachim, a senadora chegou a fazer um pré-lançamento da candidatura de Izaura à majoritária, além de receberem pressões constantes da executiva estadual, para terem candidatos a prefeito ou vice. “Para quem é dirigente de partido é muito difícil. é importante ter candidatos à majoritária, por outro lado, queremos ampliar nossa bancada. Queríamos mais tempo para amadurecer a ideia.”
O QUE O PP DECIDIR
Na mesma linha de pensamento do PP, está o PRP, presidido por Paulo Landim. Segundo ele, como o seu partido é pequeno e recém-criado (foi fundando no ano passado em Venâncio), o objetivo principal será buscar representantes no Legislativo e para isso terá dois candidatos que pleitearão uma das 15 cadeiras. “Acertei com o Ailto que a decisão que o PP tomar o meu partido vai junto. Vamos coligar na proporcional e, se o PSB vier junto, melhor ainda, pois fortalece”, afirmou. A intenção do partido é realizar a convenção no mesmo dia que os progressistas.
Em relação ao anúncio de Nilson para prefeito e Juçara para vice, compartilhou da ideia de que a decisão poderia ser aguardada para o dia da convenção. “Poderiam ter deixado para a reta final, amadurecer, ir trabalhando, até mesmo essa dupla, mas ir testando para ver se é a melhor proposta, ir frequentando alguns eventos”, considera.
Landim, que é marido da vereadora Izaura, observa que Juçara não está no cenário atual da política e poderia estar trabalhando há mais tempo a sua candidatura, até o dia da convenção. Sobre a ausência na coletiva, o presidente do PRP disse que não compareceu devido a compromissos pessoais.
GOVERNO OU OPOSIçãO?
Quem achou que o PSB já estava em definitivo do lado da oposição se enganou. Conhecidas as duas chapas majoritárias, agora, sim, os socialistas vão decidir se apoiarão nas eleições 2012 situação ou oposição. Ouvidas as propostas de governo do prefeito Airton Artus e as intenções do vereador Nilson Lehmen, como pré-candidato à prefeitura, o PSB decide, até o fim de semana, quem apoiar. “é por isso que não fomos na coletiva. Não temos posição se estamos com este ou aquele, então não podíamos estar juntos lá”, afirmou o presidente Nestor de Azeredo.
Disse que não são contra os dois pré-candidatos, mas que precisam de cautela na hora das decisões. “Eles se adiantaram na escolha. Queríamos que tivesse mais tempo para decidir.”O primeiro grande desafio desta semana será decidir entre governo e oposição. Após isso, observa Nestor, trabalhar com foco na Câmara de Vereadores. Do lado da oposição, anuncia que já teve dois convites para coligar na proporcional: do PP e do PMDB. “São duas decisões. Depois de decidir o lado, temos que ver com quem vamos coligar para eleger vereadores. Hoje, na atual conjuntura, teria uma tendência de apoiarmos Nilson e Juçara, mas isso só será decidido pelo partido até o fim de semana”, reforça.