Pra contar histórias: O ‘cara’ das máquinas de escrever

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Foto: Débora Kist / Folha do MateRelíquia da década de 1930, máquina ainda funciona
Relíquia da década de 1930, máquina ainda funciona

João Carlos Marques de Vasconcelos tinha apenas 15 anos quando começou a trabalhar com máquinas de escrever. Isso foi na metade da década de 1960, em Santo Ângelo, de onde é natural. Passadas cinco décadas e quase o mesmo período morando em Venâncio Aires, ele ainda mantém uma profissão quase em extinção.

Antes de se tornar, de fato, mecanógrafo, Vasconcelos viajou ao Rio de Janeiro para fazer todos os cursos necessários e participar do início do sistema de mecanização da contabilidade. Em 1969, veio a mudança para Venâncio Aires. “Eu prestava esse serviço para outros bancos também. Mas só o Banco do Brasil de Venâncio tinha umas 170 máquinas”, lembra.

Além das agências bancárias, os principais clientes do técnico em mecanografia eram as fumageiras e escolas. Puxando na memória e fazendo uma conta rápida, Vasconcelos estima que cerca de 50 mil equipamentos passaram pelas suas mãos nesses 50 anos de profissão. “O principal era manutenção, com lavagem e lubrificação das peças”, explica.

Hoje, são raros os clientes que ainda usam máquinas de escrever, equipamentos de fax e caixas registradoras antigas. Do que chega para conserto, a maioria pertence a colecionadores e pessoas que compram para dar de presente.

No seu estoque pessoal, Vasconcelos guarda algumas relíquias, como uma máquina de escrever Continental Silenta. “Ela tem mais de 80 anos e ainda funciona.”

Foto: Débora Kist / Folha do MateVasconcelos ainda trabalha na manutenção de máquinas de escrever e caixas registradoras
Vasconcelos ainda trabalha na manutenção de máquinas de escrever e caixas registradoras

SOBRE FAMÍLIA E INSEGURANÇAJoão Vasconcelos tem 67 anos e é casado há 40 com Ivone, de 64 anos. Eles moram há quatro décadas no mesmo endereço, na rua 1º de Março, próximo ao Centro de Assistência Social de Venâncio Aires (Casva). O casal tem duas filhas, Michele e Aline. “No início da década de 1980, nossas filhas iam até o Casva para brincar com as crianças que estudavam lá”, conta Ivone.

Saudosos de tempos mais tranquilos na cidade, os Vasconcelos lembram dos fins de tarde com chimarrão entre os vizinhos. “Ninguém tinha grade. A gente sentava no muro na frente de casa e as crianças jogavam bola na rua. Mas com a violência de hoje em dia, isso não se vê mais por aqui”, lamenta João.

A insegurança foi sentida na pele recentemente. Em um intervalo de duas semanas, foram três arrombamentos na casa. Como consequência, João e a esposa decidiram reforçar as trancas nas aberturas e o muro, antes usado como assento para o chimarrão, receberá grades.

Foto: Débora Kist / Folha do MateJoão e Ivone, em frente ao muro que agora terá grades para reforçar a segurança
João e Ivone, em frente ao muro que agora terá grades para reforçar a segurança

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