Em abril de 2018, o preço base por litro de leite pago ao produtor era de R$ 0,93, mais os bônus. Em abril de 2019, chegou a R$ 1,21 e com os bônus, chegou a R$ 1,26. O reajuste do preço é atestado pelos próprios produtores e confirmado pelo escritório municipal da Emate/RS-Ascar.
“Do jeito como estava a situação há um ano e, se o preço não tivesses reagido, provavelmente, teríamos desistido da atividade”, afirma Marilei Richter, que junto com o marido Heitor, a filha Andressa, e o genro Andriel Rodrigue, tem na produção leiteira, uma das principais fontes de renda da propriedade, localizada em Linha Santana. A outra atividade é a terminação de suínos, numa média de três lotes por ano e 500 carcaças por lote.
A família Richter ainda não recebeu o pagamento do leite vendido no mês de maio para a integradora e acredita que ele virá neste segunda-feira, 10. Em função disso, a família tem a expectativa que o valor seja maior ao recebido no mês passado. Além do preço base, a família Richter recebe um bônus pela redução da Contagem das Células Somáticas (CSS) e Contagem Bacteriana Total (CBT) e pelo alto teor de gordura, ou seja, quanto maior o teor, melhor a remuneração. A família também integra o programa ´Leite Saudável`, desenvolvido pela integradora. “É graças a estes bônus que nos esforçamos cada dia mais para produzirmos um leite de melhor qualidade e reduzirmos ainda mais as CSS e as CBT, atendendo as novas normativas de produção”, observa Marilei.
PRODUTIVIDADE
O plantel leiteiro é formado por 15 vacas, das quais, 13 estão em lactação com uma produção média diária de 30 litros por vaca, o que totaliza entre 380 a 400 litros por dia, que são armazenados num resfriador com capacidade para 1 ml litros e o recolhimento é efetuado a cada dois dias pela cooperativa. Marieli reforça que antes de começarem a participar do Grupo do Leite de Venâncio Aires, a produção diária não era tão alta. Ela começou a aumentar desde que o engenheiro agrícola do escritório municipal da Emater/RS, Diego Barden dos Santos, começou a fazer a dieta das vacas, há questão de três anos. “A assistência técnica dele foi uma ´mão na roda` para conseguirmos aumentar a produção diária”, frisa. Santos visita a propriedade a cada dois meses e segundo Marilei, ele sempre ensina algo novo e incentiva a desistirem da atividade.
GRUPO DO LEITE
A produção de leite no município foi encorpada no dia 27 de agosto de 2015, com a criação do Grupo do Leite de Venâncio Aires. O mesmo tem a finalidade de discutir assuntos importantes para o desenvolvimento da pecuária leiteira no município.
Segundo o engenheiro agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos, a criação do grupo era uma antiga aspiração dos produtores de leite. Para formar o grupo, eles contaram com o apoio da Emater/RS, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e dos dois sindicatos. Formamos o grupo para atender a vontade dos produtores de leite para se reunirem e debaterem assuntos técnicos e trocarem ideias e informações sobre a atividade e as dificuldades da cadeia produtiva”, recorda. Santos acrescenta que todos os produtores de leite do municipio sempre convidados a participarem das reuniões, palestras, viagens de estudos para qualificação na produção e outros eventos relacionados à atividade. Em média, participam em torno de 80 produtores das reuniões.
“O trabalho do grupo acaba gerando possibilidades de avançar em tecnologias nas propriedades”.
DIEGO BARDEN DOS SANTOS
Engenheiro agrícola da Emater/RS-Ascar
“Com o preço em baixa, há um ano, praticamente, estávamos pagando para produzir”.
MARILEI RICHTER
Produtora rural
153
é o número de produtores de leite cadastrados até o final de 2018 de Venâncio Aires. Os dados foram fornecidos pelo Setor de Blocos da prefeitura.
161
foi o número de produtores que venderam leite via bloco para as indústrias.
8,7 milhões
foi o total de leite produzido em 2018 no município.