Enquanto a maioria dos preços de itens alimentícios, de limpeza e higiene pessoal se mantém estável, ao longo dos últimos meses, os valores de hortaliças e frutas deram um salto, nos primeiros cinco meses de 2019. Se, em janeiro, o preço do tomate já assustava consumidores – a média cobrada era de R$ 4,69 -, o valor médio atual de R$ 7,29 representa uma elevação de 55%, no período.
A pesquisa de preços realizada pela Folha do Mate, no início de cada mês, em três supermercados de Venâncio Aires, também aponta elevações significativas no preço da cebola (37%), da cenoura (42%) e da laranja (44%). A justificativa para os aumentos está na lavoura, onde a produção sofre as consequências de eventos climáticos.
Em grande parte dos casos, o excesso de chuva é responsável pelas perdas e a qualidade do produto abaixo do esperado. ‘Quando chove por longos períodos, dificulta a colheita e muitos produtos apodrecem, como é o caso da batatinha e das folheosas, como a alface’, comenta o engenheiro agrônomo Vicente Fin, chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar.
Na situação do tomate, que lidera entre os ‘vilões’ da lista de compras, Fin explica que o calor e a umidade, em um período que já deveria ser de frio, criam um ambiente propício para doenças na planta. ‘Pés de tomate que, normalmente produzem de cinco a oito quilos estão produzindo, dois, três quilos. Há uma perda significativa. Com isso, automaticamente, quando se reduz a disponibilidade do produto no mercado, há mais procura do que oferta, e isso eleva o preço’, observa.
Fora os itens de hortifrúti, em geral, os preços seguem sem alterações significativas, nos últimos meses. A variação da lista de compras com 38 itens pesquisa pela Folha do Mate foi de 1,43%, comparando os preços de maio com os do mês passado. O valor médio dos produtos fica em R$ 264,86, enquanto, em abril, era de R$ 261,12. No comparativo entre janeiro e maio, o aumento foi de 3,21%.