Enquanto a comunidade venâncio-airense – através da Vara de Execuções Criminais (VEC) – luta para devolver à Região Metropilitana os apenados que ocupam as celas da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), outro impasse segue tirando o sono dos moradores de Vila Estância Nova e da administração municipal. Os prédios do extinto Instituto Penal Mariante (IPM) estão a mercê do tempo e a cedência à municipalidade parece cada vez mais distante.
A cessão da área e dos prédios do IPM à administração municipal é parte do acordo para a instalação da penitenciária naquela localidade. O regime semiaberto deixou de existir, mas há boatos de que o último prédio interditado é alvo do Governo do Estado, diante da falta de vagas no sistema penitenciário gaúcho. Há a possibilidade do prédio, mesmo diante das péssimas condições de conservação, ser reativado para que as 108 vagas sejam usadas.
Para que isso não aconteça, a luta é para que a área e os prédios possam ser usados pela administração e a comunidade para fins diversos, como a construção de um centro cultural esportivo e a sede de um grupo tradicionalista, por exemplo. “Mas está tudo parado no gabinete do secretário Econômico”, explicou Tiago Quintana, secretário geral do governo municipal.
Quinta-feira à tarde, o prefeito Airton Artus demonstrou toda a sua indignação e inconformidade com a situação. “Queremos olhar para a frente mas, para isso, precisamos de uma posição oficial”, alfinetou.Artus diz que a letargia do governo em relação a palavra final é que preocupa. “Precisamos saber que vão ceder o não.”
DESTRUíDOSEsta semana, depois de receber uma denúncia, a reportagem da Folha do Mate foi até Vila Estância Nova. No extinto IPM, a destruição é notada na chegada: a guarita de acesso está com todos os vidros quebrados e as portas, arrombadas, assim como o portão de acesso.
O caminho até os prédios é cercado de mato e muito lixo. O que se vê a seguir são portas e janelas arrombadas e a total destruição das salas do prédio principal. Armários foram derrubados e as fichas dos presos que passaram pela instituição estão espalhadas por todos os lados.
Uma sala, inclusive, foi incendiada e há marcas de que até animais circulam por dentro do prédio onde funcionava a área administrativa. A destruição é total.