A exemplo de municípios da região, como Lajeado e Santa Cruz, que adotaram medidas drásticas nas duas últimas semanas cortando secretarias, diminuindo salários e demitindo CCs, o prefeito Airton Artus atenta que a situação de Venâncio poderia estar igual. No entanto, uma série de medidas tomadas desde o início do ano, evita que no segundo semestre serviços sejam afetados e mesmo com um déficit projetado, a Administração Municipal confirma o andamento de obras já iniciadas.
Assim, Artus explica que os investimentos devem seguir até abril do próximo ano. “Nós traçamos um parâmetro, segundo orientação do Tribunal de Contas, cuidando que no último ano não podemos deixar restos a pagar, então os investimentos, se a gente conseguir, vão até abril do próximo ano. Nesse período pretendemos amenizar um problema que ficou nos bairros, que é na região Aviação-Santa Tecla, repavimentação de algumas ruas centrais que ainda não tem recurso certo e trabalhar nas calçadas, estes seriam os pontos imprescindíveis que queremos fazer, então temos muito trabalho pela frente, não adianta querer pegar coisa demais, é preciso terminar o que a gente começou.” Além disso, o prefeito ainda acrescenta que será dado continuidade na busca por recursos para projetos como o acesso à Linha Sapé, o Parcão e a Vila Olímpica.
A partir da criação de uma comissão de avaliação de gastos, foi aprovado no dia 18 de fevereiro, um decreto, o primeiro no estado, que previa a redução de despesas, como pagamento das horas extras, viagens e diárias, adoção do turno único na secretaria de Obras, economia nas compras, além da recuperação de receitas com a realização de leilão de bens inservíveis e intensificação de notificações aos contribuintes inadimplentes. “De uma maneira geral nossa situação poderia estar igual a de todos os municípios, acontece que essas medidas que estão sendo tomadas nós já começamos em fevereiro, ficamos com três secretarias sem titulares (Meio Ambiente, Agricultura e Governo), depois ficamos com quatro cargos de secretários-adjuntos vagos e exoneramos 30 CC’s e tivemos que readmitir alguns devido a necessidade e hoje estamos com cerca de 25 CC’s vagos, isso em relação à economia com recursos humanos”, destaca o prefeito.
Apesar das medidas tomadas ao longo do primeiro semestre, Airton Artus garante que obras iniciadas não serão paralisadas. “Na verdade tínhamos um fator que agravava e agrava o nosso quadro financeiro, além da crise propriamente dita, como diminuição dos repasses dos governos federal e estadual nós temos muitas obras e é impensável parar essas obras, então fomos atrás de recursos, temos em andamento 23 contratos com a Caixa Econômica Federal, como PAC dos Frigoríficos, ginásios, academias, ruas, asfaltamentos, e então só se via uma maneira, buscar receita.”
Crise faz municípios da região adotarem medidas drásticas
10% dos municípios gaúchos já adotaram medidas
Se no início do ano havia a projeção de um déficit de R$ 11 milhões na Prefeitura de Venâncio, ao fim do primeiro semestre, esse déficit baixou para R$ 5 milhões.Uma das receitas que deve entrar em caixa nos próximos dias, da venda de dois terrenos e um prédio, não deve sanar todo o déficit. “Estamos aguardando essa venda, mas isso não ameniza todo o déficit, temos que continuar ainda controlando muito os gastos até fim do ano para fechar as contas.”
“Nós saímos um meio ano já na frente, eu perdi o sono em janeiro, eu sentia que esse ano seria muito difícil. Mas graças a Deus essa antecipação de medidas nos deixou numa situação menos ruim.”
Airton Artus | Prefeito de Venâncio Aires