
A Prefeitura de Venâncio Aires vai implementar uma rede especializada na área da fonoaudiologia para atendimento a autistas. O anúncio foi feito pelo secretário de Saúde, Ramon Schwengber, durante a abertura da 1ª Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo, na segunda-feira, 1º. Ele adianta que ainda no primeiro semestre deste ano será lançado chamamento público para a contratação de profissional.
Schwengber destaca que o objetivo é facilitar o acesso a profissionais de fonoaudiologia e, com isso, garantir maior desenvolvimento do indivíduo e melhorar os sintomas comportamentais e de linguagem. “Diante das características de cada autista, é necessário criar um programa terapêutico”, informou o secretário.
O prefeito Giovane Wickert, presente no ato, reforçou que atualmente vivemos em uma sociedade com padrões preestabelecidos, onde qualquer um que esteja fora deles, é de primeira instância excluído. Ele também disse que os prejuízos causados por essa dificuldade de inclusão, prejudicam diretamente o convívio social do autista. “Cada um de nós precisa pesquisar mais sobre o assunto”, resumiu.
OPINIÃO PROFISSIONAL
Uma das fonoaudiólogas que atua em Venâncio Aires, Thayse Fallavena, foi consultada pela Folha do Mate e destacou que a intervenção fonoaudiológica é muito importante para as crianças com autismo, devido às grandes dificuldades comunicativas, especialmente no desenvolvimento da linguagem expressiva. “O tratamento fonoaudiológico precoce contribui muito para amenizar os déficits nas habilidades comunicativas dos indivíduos que fazem parte do transtorno do espectro autista”, informou ela.
Thayse, que é também mestre em Patologia com ênfase em genética clínica, destaca que os objetivos da intervenção fonoaudiológica variam muito. “Devem ser observadas as características de cada criança. Deve-se ter como objetivo geral o aumento da funcionalidade da comunicação, maior frequência de intenção comunicativa (olhares, gestos); estimular a compreensão e a expressão verbal (vocalização e fala), proporcionando experiências comunicativas e auxiliando na inclusão escolar e na sociedade”, observa a profissional.
SAIBA MAIS
Hoje, estima-se que entre 20 e 30% de pessoas com autismo desenvolveram a linguagem verbal, quase sempre associada a intervenções e estímulos adequados às necessidades de cada criança. “A comunicação é fundamental para o ser humano, seja ela verbal ou não verbal. Proporcionar à criança com autismo um ambiente acolhedor, relacional e convocante é necessário para que possa surgir a intenção comunicativa”, conclui Thayse.