Regime da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) confirma que é diferenciado. Ontem, um dos condenados que seria usado no trabalho da cozinha, foi devolvido à sua cadeia de origem. Além de ser uma influência negativa, em seu poder os agentes penitenciários apreenderam uma espécie de ‘estoque’.

A faca artesanal foi construída a partir de um pedaço de acrílico, arrancado de uma das celas. O preso, que foi transferido do Presídio Estadual de Lajeado para trabalhar na cozinha, se rebelou e infringiu regras. “Por isso determinei a sua devolução, pois estava se tornando uma influência negativa para os demais”, explicou o juiz João Francisco Goulart Borges.O responsável pela Vara de Execuções Criminais (VEC) da Comarca revelou que além de presos da região – e daqueles provisórios, vindos da Comarca de Montenegro, por um período de 30 dias -, autorizou a transferência de condenados de outros municípios.

Por conta deste ajuste entre Goulart Borges e a Corregedoria de Justiça, já ingressaram na Peva seis presos do presídio de Pelotas e sete de Encruzilhada. Também está autorizada a transferência de 15 condenados que estão no presídio de Bento Gonçalves.

O diretor da Peva disse que os seis presos de Pelotas foram direto para o isolamento. André Gomes explicou que eles se envolveram em um tiroteio com outros presos. Todos os condenados que vierem de cadeias de outras regiões permanecerão na Peva por um período máximo de 60 dias.

O responsável pela VEC deixa claro que antes de autorizar qualquer transferência, negocia o número de presos e o período que ficarão na penitenciária. “Afora estes ajustes e devido a situação emergencial do sistema prisional gaúcho, que é caótico, só autorizo a transferência de presos da região”, garantiu o magistrado.

Afora estes apenados, a penitenciária já abriga três detentos provenientes da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), sendo dois deles moradores de Santa Cruz do Sul; e quatro de Sobradinho. O responsável pela VEC ainda não autorizou a transferência dos 150 condenados de Lajeado e outros 150 de Santa Cruz do Sul, pois ainda há ajustes a serem feitos na casa prisional.

Ontem, a penitenciária abrigava 78 presos. A capacidade é para 529 pessoas.

COZINHA

Ontem, o juiz informou que a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) estava com dificuldades para encontrar pessoas que saibam ensinar os detentos a manusear as panelas de pressão que serão usadas para fazer as refeições dos presos. Por isso, Goulart Borges autorizou a vinda de três presos, oriundos de Porto Alegre e Montenegro.