Painel 'ESG aplicado às organizações' foi mediado pelo jornalista Daniel Heck e trouxe discussões práticas sobre a aplicação de ações ESG (Foto: Juliana Bencke)
Painel 'ESG aplicado às organizações' foi mediado pelo jornalista Daniel Heck e trouxe discussões práticas sobre a aplicação de ações ESG (Foto: Juliana Bencke)

A manhã desta quinta-feira, 25, foi marcada por aprendizados e troca de experiências sobre a pauta ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance — ou Ambiental, Social e Governança, em tradução). A primeira edição do Contexto ESG ocorreu no Clube de Leituras de Venâncio Aires e foi promovida pela Folha do Mate e pela Rádio Terra FM, em parceria com a Bem Responsabilidade Social e Sustentabilidade.

A abertura ficou por conta da gestora da Bem, Lídia Schwantes, que contextualizou o tema e destacou o crescimento da sua importância na sociedade. Ela também reforçou o papel da comunicação e da imprensa tanto na promoção desses debates quanto na divulgação das ações das organizações.

Lídia apresentou motivos para investir em ESG, como exigências de mercado, vantagem competitiva, gestão eficiente, regulação crescente e impacto social positivo. Para quem ainda não iniciou, explicou que é possível começar de forma gradual. “ESG não é sobre empresas perfeitas, mas sobre empresas comprometidas em melhorar todos os dias”, ressaltou.

Público reuniu empresários, lideranças e gestores públicos (Foto: Juliana Bencke)

ESG NA PRÁTICA

O compromisso com o avanço constante também foi o tom presente nos conteúdos que se sucederam. No painel de debates ‘ESG aplicado às organizações’, os palestrantes compartilharam suas experiências na aplicação do tema em seus negócios.

O diretor-executivo da Haas Madeiras, Junior Haas, apresentou as boas práticas da empresa fundada em 1958 e sua evolução ao longo das décadas, até os dias atuais, quando a organização migrou para um sistema de produção de pellets oriundos exclusivamente de florestas de eucalipto plantado, sendo a única certificada no Rio Grande do Sul na produção de pellets de madeira virgem premium com certificação FSC.

Para obter avanços, Haas destacou a importância da governança como pilar essencial para a implantação de ações sociais e ambientais. “Sem a governança, não existem os demais pilares. É a governança que dá o norte das ações ESG e faz todas as demais iniciativas funcionarem”, afirmou.

O especialista em Inovação da Fruki Bebidas, Rodrigo Cury, também falou sobre o desafio de conectar as ações empresariais às estratégias do negócio e de tornar os produtos mais sustentáveis sem comprometer a qualidade. Ele citou como exemplo o trabalho realizado pela empresa para reduzir a quantidade de plástico nas embalagens, preservando a experiência do consumidor.

Além disso, Cury destacou que a pauta ESG representa uma oportunidade para a indústria se reinventar e avançar em direção a um ambiente mais tecnológico e inovador. “A indústria tradicional, daquele prédio com uma chaminé, já não é mais atrativa. Os próprios trabalhadores têm buscado locais com mais propósito, que estejam abertos à inovação e à tecnologia”, pontuou.

Já a vice-presidente de Responsabilidade Social do SindiTabaco, Cristina Quatke, ressaltou o pioneirismo do setor do tabaco em implantar ações de sustentabilidade, lembrando que esse é um dos fatores que fazem o produto brasileiro ser reconhecido e valorizado no exterior. “Nosso desafio é não regredir e pensar em como podemos evoluir ainda mais daqui para frente”, disse.

Ela reforçou ainda que a sustentabilidade já não é mais um diferencial, mas sim um aspecto estratégico. “As empresas precisam olhar para o tema como algo fundamental para manter seus negócios em pé”, concluiu.

COOPERATIVISMO E ESG

Outro destaque da programação foi a palestra do superintendente de Cooperativismo da Fundação Sicredi, Romeo Balzan, que evidenciou a relação da pauta ESG com o cooperativismo e a importância de abordá-la de forma transversal, como algo que precisa estar enraizado em todas as áreas. Ele destacou ainda que as pessoas estão cada vez mais buscando participar e cobrando mudanças. “As pessoas estão vendo que algo precisa mudar e querem participar do processo”, mencionou.

Balzan também ressaltou a relevância da governança e do propósito, citando o Sicredi e sua atuação voltada a contribuir para uma sociedade mais próspera. “Nós precisamos nos perguntar que mundo vamos entregar para as futuras gerações. Eu quero entregar um mundo melhor, e essa é a pergunta que precisamos fazer dentro das empresas”, afirmou.


Prefeitura e empresas apresentaram cases no evento

Entre a palestra e o painel de debates, a programação do Contexto ESG também trouxe a apresentação de cases na área ESG por parte da Prefeitura de Venâncio Aires, CTA – Continental, China Brasil Tabacos (CBT) e Alliance One. Confira um resumo das iniciativas.

Prefeitura de Venâncio Aires

(Fotos: Juliana Bencke)

Em sua participação, o secretário de Governança e Gestão, Tiago Quintana, destacou a criação do setor de gestão de inteligência emocional para servidores. A medida, classificada por ele como uma ação de ESG “de porta para dentro”, busca reduzir afastamentos, muitos deles por questões emocionais, entre os 1.976 empregados da Administração Municipal, o maior empregador da cidade. “Ao cuidar das emoções de quem serve, cuidamos da qualidade no atendimento de quem é servido: o cidadão”, resumiu.

CTA – Continental

A empresa foi representada pelo coordenador de Pesquisa e Sustentabilidade, Jaimson Erdmann, que apresentou o projeto Muda, voltado à recuperação do Arroio Castelhano, fonte de abastecimento urbano e agrícola de Venâncio Aires. Realizada em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a iniciativa identificou 33 pontos críticos de erosão e degradação das margens. A CTA apresentou as melhorias já realizadas com o suporte da empresa Salix Engenharia Natural e ressaltou a necessidade de mais empresas abraçarem o projeto devido ao número elevado de pontos do arroio que demandam intervenção.

CBT

Representada pela gerente de Assuntos Corporativos & Recursos Humanos, Letícia de Mello Pereira, a CBT apresentou sua estrutura formada por programas nas áreas Ambiental, Social e de Governança, além de destacar os números da empresa, que conta com 290 colaboradores fixos e 470 sazonais, gerando emprego e renda por meio da unidade de Venâncio Aires. Também ressaltou o apoio da alta gestão às iniciativas e acolheu o chamado da CTA para que mais empresas abracem o projeto Muda, o qual afirmou que será incorporado dentro da sua estrutura de programas.

Alliance One

(Foto: Luana Weschenfelder)

A gerente de Assuntos Corporativos, Deise Ziebell, e o engenheiro de Segurança do Trabalho, Cristiano Silva, apresentaram os pilares que guiam a estratégia ESG da empresa: apoio a pessoas e comunidades, impacto ambiental mínimo e ambiente de negócios ético e responsável. E apresentaram alguns das ações e resultados obtidos, com destaque para a gestão responsável de resíduos nas operações, que resultou em 99,2% dos resíduos reciclados, reutilizados ou reaproveitados; a adoção de métodos e práticas agrícolas sustentáveis e iniciativas de apoio às comunidades locais, totalizando 18.382 pessoas beneficiadas no ano fiscal 2025.

Abaixo, você também confere caderno especial sobre o projeto, que foi publicado na última quinta-feira, 25, e também traz uma amostra das ações na área ESG realizadas pela Prefeitura e empresas que apresentaram cases no evento. Clique e confira:

Alan Faleiro

Com foco na produção de notícias sobre negócios, contribui para divulgar o que é relevante no mundo corporativo e tudo o que mais impacta a comunidade local.

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