Quando Ana Paula Pereira, 40 anos, soube o quanto seria necessário para a cirurgia da filha Amanda dos Santos, 9 anos, não imaginava que contaria com a ajuda de tanta gente. Pasteladas, galinhadas e pedágios solidários, além de diversas doações espontâneas de muitas pessoas que a família sequer conhecia, garantiram que fossem arrecadados os R$ 31 mil necessários para a operação nas pernas de Amanda e ajudaram a menina a ficar mais perto do sonho de caminhar normalmente.
Com paralisia cerebral, em decorrência da falta de oxigênio no momento do parto, a moradora do Condomínio Altos da Aviação não conseguia caminhar sem o auxílio de um andador. A retração muscular não permitia que as pernas ficassem retas e alongadas, para que pudesse andar normalmente.
Com a cirurgia realizada em 14 de setembro, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, diminuiu-se o encurtamento das pernas. Agora, um trabalho intensivo de fisioterapia busca melhorar o alongamento e o equilíbrio para possibilitar que, em breve, Amanda caminhe sozinha. “Ela já consegue sentar sozinha e já está dando uns primeiros passinhos”, comemora Ana Paula.
A fisioterapeuta Maria Inajara Costa, que realiza sessões diárias com Amanda, explica que o processo é longo e lento. “Tudo ainda é novo para a Amanda. Como antes os joelhos estavam virados, os músculos se acostumaram nessa posição. Agora, trabalhamos para corrigir a posição dos pés e alongar as pernas. O que mais queremos é ver ela se locomovendo. Ela já evoluiu bastante”, destaca Ina, como é conhecida.
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Expectativa
Para a mãe, que há quase uma década se dedica, exclusivamente, aos cuidados da filha, ver Amanda conquistando autonomia é a realização de um sonho. “Reconhecemos a importância das pessoas que nos ajudaram. A maioria delas nem conhecemos. Só temos a agradecer por cada doação”, ressalta.
Risonha e brincalhona, Amanda está orgulhosa por ter passado de ano – depois da cirurgia, realizou em casa todos os trabalhos de aula, com o acompanhamento da professora. Enquanto conta os dias para o aniversário de 10 anos, em 9 de janeiro, ela também tenta lidar com a ansiedade para sua primeira caminhada. “Vou caminhar com meu amigo”, conta, em meio a sorrisos.
O amigo é o empresário Luiz Paulo Assmann Júnior, que tem custeado as sessões particulares de fisioterapia realizadas diariamente por Amanda. Além disso, três vezes por semana, ela também tem atendimento domiciliar de fisioterapeuta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Ele é um grande amigo, que realmente quer ver a Amanda caminhando. Foi um anjo que apareceu para ajudar ela”, define a mãe
