“É uma honra e a realização de um sonho estar na corte municipal. Eu acredito que é muito importante desmistificar essa história de que o Carnaval é só dançar e mostrar o corpo, vejo esse título como empoderamento feminino”, destaca a 2ª princesa do Carnaval Municipal, Pâmela Amy Fagundes, 26 anos. Eleita na noite do último sábado, 9, ela quer trazer a cultura e mostrar a devida importância do Carnaval. “Quero quebrar esse preconceito, transmitindo alegria, fazendo bonito na Rua Grande sem que haja essa visão de bagunça. Acredito que a corte vai levar um pouco da nossa cidade e cultura para todos os cantos”, revela. Pâmela conta que, aos poucos, durante a semana, a ‘ficha está caindo’. “Já recebemos convites oficiais e, aos poucos, percebo que realizei meu sonho.” Ela é integrante da escola Acadêmicos do Samba Négo desde 2012, na qual participa da Ala das Mulatas.
Porém, a professora destaca que o Carnaval está presente na sua vida desde muito pequena. “Minha família é do Carnaval, minha mãe, irmã, tias e até meu irmão já participaram da escola, já desceram a Rua Grande. E esse título devo ao apoio que recebi de todos eles, da minha família e de amigos.”A jovem, que é estudante de Pedagogia e atua na área em uma escola infantil, comenta que desde que passou a integrar a associação, sonhava que um dia estaria na corte. “Nunca tive coragem, achei que não ia conseguir sambar, mas quando recebi o convite para participar da escolha interna na escola percebi que era meu momento.” Pâmela relembra que ficou com o título de 1ª princesa do Négo e Katiéle Pastorio recebeu a faixa de rainha. “Eu brinco que ela é minha rainha duas vezes. Minha família disse que chorei mais quando anunciaram a Katiéle como rainha municipal, do que quando me chamaram”, conta, emocionada.
PREPARAÇÃOPâmela e Katiéle representaram a escola na escolha municipal. “Éramos adversárias para os outros, mas a gente se via como amigas. Ensaiamos juntas, uma segurou a mão da outra.” A 2ª princesa comenta que a maior inspiração para buscar a realização do sonho foi a também integrante da escola Fernanda Landim, que as ensaiou. “A gente se espelhou nela, na postura, delicadeza, conhecimento, em tudo. Além disso, tivemos aula com o Carlos Henrique, um passista de Porto Alegre conhecido no mundo todo. As dicas dele também foram fundamentais.”Além dos ensaios intensos, Pâmela evidencia os cuidados com a alimentação, a busca de conhecimento cultural e as barreiras que precisou enfrentar com relação ao nervosismo. “Mas o apoio uma à outra deixou o concurso mais leve. Sempre pensamos: tem lugar para nós duas na corte, nem a gente acreditava que ia entrar.”
Apego à família, amor à educação e ao Carnaval
A princesa do Carnaval aponta que o principal objetivo, agora, é se preparar para fazer bonito na Rua Grande. “Quero mostrar a cultura, o amor e a diversão que é o nosso Carnaval.” Ela, que trabalha com crianças, salienta o carinho que tem recebido, e aguarda ansiosamente ser bem recebida também na rua Osvaldo Aranha.Pâmela demonstra um apego enorme pelos pais Teresinha Marli Fagundes e Armim Posselt e também pelo namorado Bruno Rosa. “O que mais gosto de fazer nas horas vagas é ficar com a família e os amigos, gosto de jogar futebol e estudar. Amo a área da educação, então leio bastante.”Colecionadora de diversos títulos, alguns, inclusive, em outras cidades, como General Câmara, município que a acolheu durante três anos e onde ficou Miss Simpatia. Além disso, Pâmela guarda com carinho as faixas e coroas que alcançou em Venâncio Aires como 1ª princesa Mulata Café 2009 e Miss Afro Adulto em 2015. Hoje, a venâncio-airense, que reside no loteamento Cidade Verde, se orgulha pela persistência e motivação que a levaram ao objetivo maior: estar na corte do Carnaval Municipal. “Agora vamos unir todos na Osvaldo Aranha e nos divertir bastante. Sem vergonha e, acima de tudo, sem preconceito.”
Sequência
A exemplo da história de Pâmela, nas próximas sextas-feiras, no caderno Bairros, você confere as histórias da 1ª princesa Tainá Alexandra Alves e da rainha Katiéle Pastorio.