Foto: Edemar Etges / Folha do MateSoltura dos alevinos nos açudes exige alguns cuidados para não haver perdas
Soltura dos alevinos nos açudes exige alguns cuidados para não haver perdas

Há mais de um ano, a Associação dos Piscicultores de Venâncio Aires (Apiva), suspendeu por tempo indeterminado, o abate de peixe no abatedouro familiar localizado na Vila Arlindo. Porém, isto não intimida os associados que continuam investindo na piscicultura e isto é comprovado por Cristiano e Hélio Sehn, proprietários da Piscicultura Sehn, de Vila Arlindo. Eles confirmam que os piscicultores associados da Apiva estão aproveitando a época mais apropriada para repovoarem os açudes e adquirem os alevinos.

Sehn comenta que o volume maior de vendas de alevinos ocorre para criadores de outros municípios da região, o que influi para que não diminuísse a criação. A procura maior ainda continua sendo a carpa das quatro espécies – capim, cabeça grande, húngara e prateada. O que freou foi a venda de tilápia e isto ocorre em função da suspensão por tempo indeterminado do abate. “Do contrário, a procura seria bem maior e acredito que não teríamos produção suficiente”, frisa, acentuando que esta espécie não tem mercado para ser comercializada em feiras, pois devido ao seu tamanho, é ideal para filé.

Feiras 

O presidente da Apiva Lauro Kist, confirma esta informação e frisa que a associação somente suspendeu o abate de peixes e que não encerrou as atividades. Além disso, os associados estão repovoando os seus açudes para as feiras de peixe vivo que serão retomadas com força a partir de 2019, no centro e nos bairros, de forma mais intensa durante a Semana Santa.

“Precisamos estar preparados para atender estas demandas e não deixar faltar o peixe da Apiva, principalmente na Semana Santa”, salienta. Kist destaca que no dia 8 de dezembro, o associado Rogério Heinen, vai promover mais uma edição da feira de peixe vivo, junto à feira da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova), localizada nos fundos da prefeitura, na rua Tiradentes. Kist informa ainda que a retomada das feiras de peixe vivo em 2019 será um dos assuntos que será tratado durante a reunião-almoço da Apiva, programada para o dia 16 de dezembro, na propriedade do associado Marcelo Frey, situada em Linha Marechal Floriano Baixo.

Sucesso na soltura

A recepção e a soltura dos alevinos nos viveiros (tanques ou açudes) de recria são etapas muito importantes da piscicultura e devem ser feitas nos horários menos quentes do dia, para evitar que os peixes venham a sofrer estresse. Por isso, para ter sucesso na hora da soltura e evitar a mortandade, é necessário o piscicultor adotar e observar algumas recomendações técnicas.

Ao efetuar a soltura, segundo o técnico do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Luís Antônio Marmitt, o produtor deve evitar os horários de muito calor ou sol forte; colocar, também, as embalagens com os alevinos ainda fechadas na água; colocar a mão na água da embalagem e do açude para sentir se há diferença de temperatura. Caso haja, colocar a água do açude dentro da embalagem misturando-a lentamente pelo tempo de aproximadamente 20 minutos. “Após estes procedimentos, quando a água estiver equilibrada, liberar os alevinos no açude”, orienta.

Marmitt chama atenção que a água de transporte de alevinos pode ser a responsável pela introdução de pragas e doenças nos açudes como a lérnea, entre outras.

Números 

– 80 a 100 mil é a quantia de alevinos da espécie tilápia que a Piscicultura Sehn tem prontos para repovoamento dos açudes.

– 40 a 50 mil é o total de alevinos das quatros espécies de carpa que deverão ser soltos nos açudes nos próximos dias.

– 12 a 15 cm é o tamanho dos alevinos para o repovoamento dos açudes.