Oriunda de florestas tropicais do México e Américas Central e do Sul, mas também cultivada em países como Israel, Vietnã, China e, há alguns anos, no Brasil, a pitaya se tornou a fruta do momento e vem ganhando espaço entre os produtores. É uma fruta que conquistou muita gente, não apenas por conta de seu aspecto suculento e sua bela cor, mas, principalmente, por seu incrível sabor.

Pensando em atender a este nicho de mercado e diversificar com a produção de orquídeas, a família Cruz – o casal Cláudio e Eva e os filhos Rovani, Roberta e Raquel -, de Ponte Queimada, em setembro de 2017 plantou as primeiras 200 mudas, que neste momento estão produzindo os seus primeiros frutos.

A intenção é aumentar o total e chegar a mil pés nos próximos anos. O grande desafio hoje, observa Cruz, é fazer com que ela suporte o frio. As 200 mudas plantadas suportaram bem o inverno de 2018, pois, em novembro, começaram a florir. A floração deverá se estender até o início do mês de maio.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateProdução de pitaya é um projeto desenvolvido pela família Cruz
Produção de pitaya é um projeto desenvolvido pela família Cruz

INTERESSEEm 2003, pelo período de quatro meses, Cruz trabalhou no Vietnã e lá conheceu e consumiu a tal da ‘dragon fruit’, ou ‘fruta do dragão’, como é a chamada a pitaya. Depois de retornar, iniciou a produção de orquídeas. Lembra que, de vez em quando, clientes mostraram interesse em adquirir mudas desta espécie. Ele amadureceu a ideia por diversos anos e, em 2016, resolveu investir na fruta.

No mesmo ano, fez um curso de especialização em produção de pitaya e, em 2017, efetivamente colocou o curso em prática. Da florada de novembro, já colheu as frutas – em torno de 50 – e estima que até o fim da próxima semana, vá colher em torno de mais 300 frutas. O investimento todo objetiva a produção comercial, cujas vendas serão incrementadas assim que houver uma maior produção.

Cruz salienta que a pitaya exige cuidados, sendo necessário adotar algumas práticas de condução e produção. Ele comenta que a flor se abre no entardecer e se fecha por volta das 9h do dia seguinte. Com isso, para ela não abortar e perder o processo, é necessário fazer a polinização manual, mesmo que seja durante a noite.

Ainda segundo ele, toda a produção é orgânica e utiliza somente esterco curtido (pode ser de frango, suíno ou gado), pó de rocha e calcário. “O recomendado é, a partir de setembro, adicionar uma pá de esterco curtido ao lado de cada pé, o que ajudará a mantê-los saudáveis e mais fortes e, com isso, vão responder melhor na hora da produção”, orienta.

“Outro gargalo que precisamos vencer é fazer com que as pessoas comecem a consumir a fruta. Por ainda ser pouco conhecida, está influindo diretamente no seu baixo consumo”.CLÁUDIO DA COSTA CRUZOrquidófilo e produtor de pitaya

Detalhes

Espaçamento: Cruz obedeceu o espaço de 3,5 metros por 3 metros e observa que, em cinco anos, cada pé atingirá o desenvolvimento máximo e em torno de 1,5 metro de diâmetro.

Localização: O Orquidário Cruz e a produção de pitaya estão localizados às margens da rodovia RSC-287, quilômetro 77,6, em Linha Ponte Queimada, a um quilômetro do trevo de acesso à cidade.