Foto: Edemar Etges / Folha do MateArno Maggioni espera o tempo melhorar para colher o restante do milho safrinha
Arno Maggioni espera o tempo melhorar para colher o restante do milho safrinha

O volume de chuva na primeira quinzena de julho somou mais de 250 milímetros. O excesso vem prejudicando algumas culturas agrícolas e as perdas já começam a ser contabilizadas nas lavouras. Segundo o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, “as perdas serão mais indiretas e se refletirão mais tarde”.

Dificuldades na colheita do milho safrinha, tanto manualmente quanto com máquinas; apodrecimento das frutas cítricas, lixiviação do solo, apodrecimento de diversas olerícolas, principalmente a alface, e dificuldade e atraso no preparo do solo para o plantio das principais culturas de verão, como o tabaco, o milho e o arroz são as principais dificuldades vividas pelos produtores rurais em função da constante chuva na primeira quinzena do mês de julho.

MILHO SAFRINHAPlantado numa área de 7,2 mil hectares, o milho safrinha contabiliza 95% colhidos até o momento. Porém, os produtores encontram dificuldades de colher o restante dos 5% por causa do excesso de umidade, tanto a colheita manual quanto a mecanizada. “Se o tempo não melhorar logo, em alguns dias, o milho começa a brotar dentro da espiga”, frisa o produtor Arno Maggioni, morador de Linha Arroio Grande, e que ainda tem em torno de 0,5 hectare para colher. Ele acredita que se houver de quatro a cinco dias seguidos de sol, ele conseguirá retirar o restante da cultura da lavoura, porém, manualmente, pois de forma mecanizada, não será possível pois as colheitadeiras atolarão devido ao excesso de umidade do solo. Para colher com máquina, será preciso um tempo maior de sol.

OlerícolasConforme o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Vicente Fin, a cultura mais afetada é a alface por causa do apodrecimento e das doenças folhares. Isto ocorre em função dos períodos muitos longos sem a presença do sol, o que também prejudica outras culturas, como as hortaliças de raízes, no caso, o rabanete, cenoura e a beterraba.Outra consequência da falta de sol é a aceleração do apodrecimento das frutas cítricas, como as laranjas e as bergamotas. O que também está prejudicado são as pastagens de inverno, tanto as nativas quanto as semeadas, pois o excesso de umidade do solo impede o acesso dos animais e, se acessarem as pastagens, eles pisoteiam e com isso, provocam barro.

LeiteA produção de leite ainda não está afetada, pois os produtores se precaveram com silagem de milho, como é o exemplo de Lotário Arnemann, também morador de Linha Arroio Grande. “A silagem é um trato que a gente não pode deixar faltar”, afirma. Ele acrescenta que neste inverno, praticamente não soltou as vacas nas pastagens.