Produtor diversifica renda com produção de morangos
Foto: Edemar Etges / Folha do MateMorango é uma das culturas de agregação de renda de Rudolf Dattein
Morango é uma das culturas de agregação de renda de Rudolf Dattein

Com base no ditado que diz que “o que não quero para mim, eu não desejo para os outros”, há três anos, a Família Dattein, de Linha Marechal Floriano, começou a produzir morangos sem o uso de defensivos agrícolas, utilizando apenas adubo químico, que é dissolvido em água e aplicado em forma de fertirrigação. Os morangos são produzidos em slabs (sacolas plásticas compridas) suspensos e com substratos. Quando ocorre alguma doença, utiliza produtos sob prescrição e orientação dos técnicos do escritório municipal da Emater/RS-Ascar.

No total, são 1,5 mil pés com uma produção que gira em torno dos 15 quilos por semana. Segundo Rudolf, responsável pela cultura, este é o terceiro ano que as plantas estão produzindo e que por não ter efetuado o replantio, a produção reduziu, que nos dos primeiros anos oscilava entre 20 a 25 quilos por semana. As plantas estão abrigadas sob uma estufa plástica de 150 metros quadrados e nos dias muito quentes, Rudolf utiliza sombrite, que auxilia a reduzir os problemas do forte calor. As vendas são todas sob encomenda e ocorrem em bandejas de 500 gramas.

DIVERSIFICAÇÃO

Rudolf não descarta a possibilidade de vir a produzir morangos totalmente orgânicos. Porém, este sistema demanda muita atenção e muda todo o sistema de adubação, que precisa ser 100% livre de agrotóxicos “Quando iniciamos a produção há três anos, o objetivo era diversificar a nossa produção e agregar mais renda”, frisa, acrescentando que a família ainda produz tabaco, milho, soja e trigo.

MANEJO ADEQUADO

Segundo a engenheira agrônoma do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Djeimi Janisch, a produção de morangos sem o uso de defensivos químicos, envolver um acentuado número de produtores, que fazem o manejo adequado e respeitam o período de carência. “Sempre orientamos a usarem outras estratégias como caldas, extratos de plantas e façam o controle biológico. E, se nada disso resolver, orientamos o uso de algum químico, mas sempre respeitando o período de carência”, salienta. Djeimi acentua que o orgânico exige toda uma mudança do sistema de produção e ainda, é necessário ter um selo de certificação.

Parte da produção da fruta se destina para consumo próprio, como é o caso das agroindústrias familiares e outra, os produtores fornecem para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e programas institucionais via Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova) e outros ainda, comercializam nas feiras, mercados, padarias, restaurantes, fruteiras, vendas diretas por encomenda e no projeto Colha & Pague.

“Sempre foi um sonho meu, diversificar a nossa produção, pois temos potencial para isso”.RUDOLF DATTEINAgricultor familiar.

“Não existe no município, produtor orgânico. O que existe é a produção sem uso de agrotóxicos”.DJEIMI JANISCHEngenheira agrônoma do escritório municipal da Emater/RS-Ascar.

R$ 15é o valor que Rudolf Dattein comercializa o quilo do morango.