“Na secagem e no armazenamento não podemos melhorar a qualidade dos grãos, apenas mantê-la. Grãos de qualidade são aqueles que fornecem a quantidade máxima de nutrientes em relação ao que determinada espécie é capaz de proporcionar”. A afirmação é do técnico agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Luís Antônio Marmitt, ao falar da importância do produtor ter o seu próprio silo-secador de grãos a ar frio, ou mesmo, outro tipo de secador e sistema de armazenagem.
Desde 2008, a Emater/RS-Ascar desenvolve uma parceria com a empresa Wilpa Equipamentos Industrias e Agrícolas Ltda, na construção de silos secadores de milho, que têm como princípio básico a secagem lenta, ou seja, é feita somente com ar frio. Se algum produtor planeja ou já construiu um silo secador, Marmitt orienta que o primeiro passo é não alterar os princípios básicos da planta. Um silo secador, continua o técnico, tem alguns aspectos básicos, como a construção que é feita de tijolo de forma cilíndrica com um fundo falso pequeno na parte de baixo, onde é instalada a turbina de ar frio para secar o milho. Acima deste fundo falso é instalada uma tela furada que pode ser de plástico tipo sombrite ou outro material, onde o grão dali para cima é armazenado e secado somente com ar frio.
Para colocar o milho no silo secador, o produtor deve observar a umidade do cereal que está sendo colhido. Se o produtor deseja encher o silo de uma só vez, o grão deve ter uma umidade abaixo de 22%. Conforme a época da colheita, o milho tem em torno de 28% a 30% de umidade. Neste caso, o produtor deve armazená-lo em camadas, as quais poderão chegar até 30% da capacidade do silo. A ventilação deve permanecer ligada para resfriar o cereal, retirando a umidade até chegar abaixo de 16% a umidade, o que ocorre em quatro a cinco dias. “Daí, é seguir colocando camadas e resfriando o produto, sempre assim, até encher totalmente o silo-secador”, orienta Marmitt. Ele acrescenta que após o milho secado no silo, o produtor deve ventilar periodicamente para manter a temperatura e a umidade baixas, entre 12% e 13% na parte de cima, evitando assim o mofo e a entrada de pragas.
Um dos produtores que está construindo um silo secador é José Elemar da Rosa, morador de Linha Hansel, com capacidade para 200 sacos de milho. A capacidade do silo-secador é a mesma quantia que Rosa vai colher de milho que plantou na resteva do tabaco. O produtor conta que está adotando o sistema depois dos exemplos de satisfação dos vizinhos que construíram os silo-secadores há alguns anos. “Eles contaram sobre as vantagens que vêm tendo com o uso deste sistema e por isso, resolvi também investir na construção do equipamento”, conta. Rosa adianta que gastou em torno de R$ 3 mil na construção e que o mais importante porém, são as vantagens que terá com o uso deste sistema de secagem e armazenagem de milho.