A equipe da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), que atua na recuperação das estradas do interior, constata um elevado número de produtores que avançam suas lavouras para dentro da área domínio das estradas. As vias estão ficando cada vez mais estreitas pois os produtores estão invadindo o leito e aterrando as valetas para ampliar as lavouras. E, ao lavrarem, manobram os tratores, jogando terra para a estrada. Segundo a Sisp, a situação fica ainda pior em dias dias de chuva, pois o barro obriga a Sisp a dispor de uma máquina para remover a terra e efetuar a limpeza.
A invasão da área de domínio das estradas foi tema de uma entrevista coletiva concedida, ontem à tarde, pelo prefeito Giovane Wickert, e pelo secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos Renato Gollmann, na sala de reuniões do Gabinete do Prefeito. Wickert frisou que esta situação ocorre praticamente em todas as localidades do interior e que ao procederem assim, os produtores atrasam o cronograma de recuperação e manutenção das demais estradas.
Gollmann lembrou que a situação já foi enfrentada pelas administrações municipais anteriores e que com o passar dos anos, os produtores foram modernizando e mecanizando as suas propriedades e hoje estão lavrando as terras com tratores, o que até há alguns anos, era feito por um arado de tração animal. “Ao manobrarem os tratores nas estradas, isto já causa prejuízos e danifica a parte firme do leito”, frisou. Gollmann solicita a colaboração dos produtores para que reduzam a sua margem e respeitem o limite da área de domínio, pois a municipalidade quer deixar as estradas em condições para rodar. O secretário solicita ainda que os moradores do interior façam as roçadas das beiradas e limpem os bueiros.
ÁREA DE DOMÍNIO
Sobre a área de domínio, Wickert explica que a metragem é muito relativa e depende da estrada, se ela é vicinal, se tem muito fluxo ou se é arterial. Segundo ele, a faixa de domínio é, em média, de 20 metros, ou seja, dez metros para cada lado desde o eixo da estrada, o que corresponde a quatro metros para dentro da margem, que é o espaço de manobra que o município pode intervir. Na média, as estradas no interior não têm mais de oito metros de largura, compreendendo o seu leito. “Estamos solicitando que, ao menos, se mantenha o que hoje já existe, pois cada vez se invade mais. As estradas têm mais fluxo, mais veículos rodando, mais produção e menos leito”, observou, acrescentando que quem acaba sendo prejudicada é a própria comunidade.
CONSCIENTIZAÇÃO
Para estagnar o problema, Wickert adiantou que, com a coletiva, a Prefeitura deflagrou a campanha de conscientização dos produtores rurais para que respeitem a área de domínio das estradas. “Se não tivermos resultados positivos, aí sim, temos que tomar outras medidas mais firmes. Mas acredito que isto não será necessário, pois não queremos atrito com os produtores. Não queremos colocar ninguém em área de confronto e que não se torne um desgaste”, ponderou.
“Os produtores têm a preocupação de deixar as lavouras deles secas e que com a estrada, a Prefeitura que se preocupe e as arrume.”
RENATO GOLLMANN
Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos
“Se cada um tiver a consciência coletiva, vai ajudar a todos, pois uma boa parcela da população pensa de forma individual.”
GIOVANE WICKERT
Prefeito
Fotos
Após a coletiva, a reportagem da Folha do Mate acompanhou o secretário Renato Gollmann, para um giro pelo interior, onde ele mostrou os pontos mais críticos da invasão da área de domínio das estradas.
FURTOS E CÂMERAS
1 Na manhã de ontem, Renato Gollmann fez o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia para denunciar o furto de 500 litros de combustível na capatazia da Vila Estância Nova, sede do 9º distrito. Também estão sendo registrados diversos furtos nas outras capatazias.
2 Com o BO, segundo o prefeito Giovane Wickert, a Prefeitura mostra que não está omissa, “a Polícia está sabendo, o setor de investigação está atento.”
3 Wickert anunciou que a municipalidade vai adquirir câmeras de videomonitoramento via financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), que serão instaladas em todos os órgãos públicos municipais. Serão instaladas três em cada capatazia, justamente para evitar os problemas de furtos.
