Programa contempla dez produtores com a abertura de açudes

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A Secretaria de Desenvolvimento Rural e a Emater/Ascar concluíram a abertura de dez açudes, em janeiro e fevereiro de 2022, por meio do projeto Infraestrutura Rural, de 2020, do Governo do Estado. Os produtores contemplados estavam inscritos no programa desde 2017, quando houve a última movimentação.

Segundo o chefe do escritório local da Emater/Ascar, engenheiro agrônomo Vicente Fin, para a próxima fase, pelo programa Avançar, foram 37 inscritos, com cerca de 15 fichas separadas e dez receberão o incentivo. “Os novos açudes são todos com mais de 2,5 metros de profundidade, para ter um volume de água que, mesmo na seca, seja possível irrigar. A lição é que muitas famílias tiveram perdas, pediram o Proago e, além delas, quase duas mil também sofreram por conta da estiagem”, enfatiza Fin.

Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, as culturas irrigadas foram o milho, feijão, hortaliças, morango e floricultura, além do arroz irrigado. “Nem todo lugar dá pra irrigar e nem todo lugar dá para fazer a açudagem. Às vezes esbarra na intenção de construir em área de preservação, de mata nativa ou de banhado, com vertentes, o que não pode. Outras vezes, o solo não é adequado para segurar a água. Por isso, realizamos visitas para selecionar os mais prováveis”, destaca.

Fin afirma que os produtores contemplados seguiram critérios técnicos de avaliação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (Comder) e receberam visitas comprobatórias dos profissionais da Emater sobre a necessidade e viabilidade do açude em cada propriedade. “De 37 inscritos, 15 fichas foram separados e entre dez e 12 recebem. Os 15 primeiros visitamos. Alguns estavam inscritos desde 2018. Contudo, alguns já têm o açude e querem ampliar, o projeto não previa isso, é apenas para açudes novos”, explica.
O engenheiro agrônomo informa que foram mais de 90 pedidos de Proagro nessa safra. “Diante da estiagem, ou tu tem reserva de água para a irrigação ou não adianta, não tem como irrigar, é impossível”, encerra.

“O produtor precisa repensar um pouco. Em vez de investir em um parque de máquinas novo, que eleva o valor de produção e afins, ele pode pensar em reservar água para irrigação. Falta fazer o dever de casa. Tivemos estiagens frequentes nos últimos anos, talvez seja preciso mudar o foco.”
VICENTE FIN
Engenheiro agrônomo e chefe do escritório da Emater/Ascar

10
famílias agricultoras e cinco suplentes aguardam seus açudes na próxima etapa do programa.

Hectares irrigados no município

  • 1.850 com arroz por irrigação
  • 140,5 por aspersão
  • 25 por gotejamento

Um total de 8.372 metros cúbicos de terra foram movimentados para a abertura dos açudes, que devem gerar 15 mil metros cúbicos de água para irrigação. Foram 230 horas das máquinas trabalhando.

Produtores contemplados em 2022

• José Armindo da Rosa – Acesso Leopoldina
• Volnei Desbessel – Linha Bela Vista
• Jonas Rafael Stein – Linha Hansel
• Marcelo Hendges – Vila Palanque
• Inácio Metz – Vila Palanque
• André Luis dos Santos – Vila Palanque
• Valdir José Dresch – Vila Palanque
• Ricardo Stahl – Linha Santana
• Jones Ismael Haas – Linha Hansel
• Diego Fernando Hermes – Vila Palanque

Produtores contemplados na 2ª etapa

  • André Batista Chaves – Linha Campo Grande
  • Ângelo Hackenhaar – Vila Santa Emília
  • Antônio Jacob Henz – Linha Campo Grande
  • Edson Carlos da Rosa – Linha Campo Grande
  • Guilherme Wagner – Vila Santa Emília
  • José Telmo da Silva – Linha Cerrito
  • Leandro André Schonarth – Linha Herval
  • Moisés Schimuneck – Vila Arlindo
  • Odilo Posseld – Linha Isabel
  • Sildomar Pedro Schuster – Linha Tangerinas
  • Amália Gabriela Angnes – Linha Sapé
  • Ricardo André Muller – Vila Palanque
  • Loreno Antônio de Borba – Linha Herval
  • Matheus da Borba – Vila Arlindo
  • Sandro Volmir Dornelles – Linha 17 de Junho

Reforço na irrigação das lavouras de milho e soja

Por Cassiane Rodrigues

Os agricultores Armindo e Vanderlei da Rosa foram contemplados com o programa de açudes. Uma iniciativa que, segundo eles, vai contribuir muito na lavoura. “A gente viu o quanto a água é importante em um ano como esse”, ressalta Armindo. Após o aviso que tinham sido contemplados, a equipe da Emater esteve na propriedade para a medição do local e, na sequência, já foi feito o escavamento.

A estrutura deve ficar seca, sem água por alguns meses até a terra firmar. O trabalho de acompanhamento é feito pela equipe da Emater. O açude vai auxiliar na irrigação de três hectares de área plantada na propriedade da família, no Acesso Dona Leopoldina, que trabalha com soja, milho e gado. Após mais de 50 anos dedicados à fumicultura, há três anos os produtores começaram com soja, que agregam também com milho e gado.

A família já tinha um açude pequeno que auxiliava na irrigação, por meio de um sistema automático feito em parceria com Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que tem uma lavoura modelo na propriedade. “Futuramente a ideia é abrir e deixar um açude só, daí ficamos seguros. Esse ano foi muito complicado, perdemos produção pela falta de água”, salienta Vanderlei.

Armindo e Vanderlei salientam que estrutura vai auxiliar muito para a irrigação da lavoura. (Foto: Cassiane Rodrigues)


Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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