Por iniciativa do Instituto Genética Para Todos (IGPT), a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Venâncio Aires recebeu a primeira edição do projeto Genética Móvel. A organização social de interesse público desenvolve ações com o objetivo de facilitar o acesso das pessoas acometidas por doenças genéticas aos métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção.
Sob liderança do professor Roberto Giugliani, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), uma equipe de 13 profissionais voluntários se deslocou de Porto Alegre até Venâncio Aires no sábado, 16, para prestar atendimento a dez alunos selecionados pela própria Apae que apresentam sinais e sintomas que sugerem alguma doença genética. Eles foram avaliados por um geneticista e, de acordo com a necessidade, puderam realizar exames de forma gratuita. Segundo os responsáveis pelo projeto, outros alunos poderão ser avaliados no futuro.
Responsável pelo projeto Genética Móvel, Roberto Giugliani afirma que a realização de um trabalho desse tipo é pioneira no Brasil. “é a primeira vez que a genética sai de um hospital e vai para a comunidade.” Disse que o intuito é esclarecer as pessoas sobre as doenças genéticas, suas origens e como proceder diante da identificação, inclusive para que se possa prevenir novos casos em uma família.
Conforme a coordenadora de Pesquisa Clínica, Andressa Federhen, o IGPT pretende desenvolver o projeto em diversas Apaes do estado. “Escolhemos Venâncio Aires como primeira cidade para receber este projeto por ter uma Apae bem estruturada, com professores dedicados e interessados em projetos que possam ajudar seus alunos.”
Ela afirma que o acesso das pessoas a uma avaliação genética é bastante limitado. “Os exames necessários para diagnóstico, em sua maioria, são muitos caros e geralmente as pessoas só têm acesso a uma investigação genética em grandes centros de referência. Uma vez que muitas pessoas têm dificuldade de chegar até um centro de referência, queremos levar a genética até estas pessoas, ampliando o conhecimento da comunidade e permitindo que os mais carentes possam se beneficiar deste atendimento”, explica.