O projeto Plataforma de Monitoramento do Nível de Águas (PlaMoNa), que busca fazer um trabalho de acompanhamento do nível do arroio Castelhano, com a finalidade de reduzir os danos causados pelas enchentes, ainda não evoluiu para a prática efetiva em Venâncio Aires.
Em setembro de 2021, o projeto desenvolvido pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), campus Venâncio Aires, foi apresentado em reunião para representantes da Secretaria de Educação, Defesa Civil e Patrulha Agrícola e, em dezembro, coordenadores se reuniram com o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema). Porém, o protótipo ainda não partiu para a etapa de implementação, que depende de recursos para a compra dos materiais necessários e bolsas de estudo para os estudantes envolvidos no projeto.
Um dos coordenadores da iniciativa, o diretor-geral do IFSul, Geovane Griesang, comenta que o projeto não evoluiu internamente na Prefeitura e que, no momento, os professores e alunos aguardam o contato do Executivo. “Fizemos várias reuniões, sempre com feedback positivo em relação ao projeto, mas sem confirmação de investimento.” Griesang afirma que no momento as equipes ainda continuam os trabalhos no protótipo, fazendo melhorias no site e iniciando a fase de testes em caixas de água. “Agora vamos aguardar um movimento da Prefeitura para continuar o projeto e, enquanto isso, focaremos na parte da comunicação do site com o sensor.”
Valores
A previsão de investimento inicial do projeto, que era de R$ 45 mil, aumentou para mais de R$ 90 mil. Isso porque, após reunião com o Executivo, foi solicitada a inclusão de valores dos custos para construção das bases sólidas para fixação do equipamento. São necessárias três e cada uma custa R$ 7 mil. Além disso, devido aos gastos e envolvimento de estudantes no projeto, também foram acrescentados valores para bolsas de estudos para cobrir gastos com alimentação e deslocamento. O desenvolvimento dos trabalhos é realizado por alunos dos cursos de Refrigeração, Eletromecânica e Informática.
Griesang explica que o recebimento dos recursos envolve muita burocracia e que acontece por meio de uma fundação do próprio IFSul, chamada FAIFSul, localizada na reitoria, em Pelotas. Ao envolver esta fundação, 5% do valor dos recursos recebidos devem ser repassados para manutenção dos funcionários que nela atuam. Para a realização do projeto, o diretor-geral e coordenador enfatiza que além da vinda de recursos iniciais, o ideal seria que o repasse fosse renovado todos os anos, isso porque o projeto necessita de manutenção e pagamento de plano de dados, que deve funcionar o ano todo.

“Nosso interesse é de fazer esta parceria. Estamos trabalhando internamente na melhoria do projeto até que uma definição oficial seja tomada pela Prefeitura.”
GEOVANE GRIESANG
Diretor-geral do IFSul e um dos coordenadores do projeto PlaMoNa
Saiba mais
• A iniciativa nasceu em 2016, a partir de uma demanda de estudantes do IFSul que residiam na parte baixa da cidade, região que sofre há anos com os alagamentos e enchentes no arroio Castelhano.
• A proposta inclui a construção de pontos para monitoramento e antecipação de inundações. A ideia inicial, conforme o que foi apresentado à Prefeitura, é a instalação de três pontos: nas proximidades da Estação de Tratamento da Água (ETA), no acesso Grão-Pará, em outro ponto da ERS-422 e em Linha Olavo Bilac.
• Com sistemas eletrônicos que possibilitaram a comunicação em tempo real, a previsão é de que as inundações sejam previstas com até cinco horas de antecedência. O projeto inclui ainda a criação de um site, com monitoramento e o histórico dos dados de medição. Conforme Griesang, há a possibilidade de expandir as informações por aplicativos de celular.
Parcerias
1 As possibilidades de parcerias entre Município e IFSul e a importância destes convênios foram destacadas durante o painel Gente & Negócios sobre qualificação profissional, realizado no dia 27 de julho. O debate, promovido pela Folha do Mate e Terra FM, teve Geovane Griesang e o prefeito Jarbas da Rosa entre os painelistas.
2 Durante o evento, Griesang citou a existência do projeto de monitoramento do nível do arroio Castelhano. No dia 31 de julho, a iniciativa foi uma das pautas abordadas no caderno Nascentes, da Folha do Mate.
3 No início de agosto, o prefeito Jarbas da Rosa visitou o campus do IFSul e confirmou os recursos para a compra dos materiais necessários para dar andamento ao projeto e implantar a plataforma.
4 Em dezembro, representantes do projeto também se reuniram com o Comdema. Porém, até o momento, Griesang reforça que nenhum trâmite evoluiu para a efetivação de recursos para que o projeto seja colocado em prática.
Sugestão é de esforço coletivo para destinação de recursos
A coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação, Juliane Weiss Niedermeyer, afirma que os recursos para execução do projeto estão sendo pleiteados pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), ligado à Secretaria de Meio Ambiente. “A Educação só será vinculada caso precise, pois no momento não temos recursos para investir no projeto.”
O secretário de Meio Ambiente, Nilson Lehmen, comenta que em conversa com o presidente do Comdema, Giovane Nervo, o projeto é classificado como muito interessante para o município e não é descartada a possibilidade de repasse de recursos por meio do fundo do conselho. Porém, Lehmen garante que o valor de forma integral não poderá ser apenas de responsabilidade do Comdema.
O responsável pela pasta e o presidente do conselho sugerem que a Defesa Civil também se envolva na implementação do PlaMoNa. “Acredito que deveria ser feito um esforço coletivo. O Comdema poderia ser parceiro, mas pelo projeto não ser somente de responsabilidade do setor ambiental e com impacto também na Defesa Civil, vejo que todos poderiam ajudar”, diz Lehmen.
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