Para 2015, ainda não há previsão de quando iniciar as capacitações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Um dos fatores que pode ter contribuído para que as atividades ficassem suspensas é a crise que afeta o país.
No ano passado, o município aceitou o termo de adesão e cadastrou junto ao Governo Federal 56 cursos em diferentes áreas. Conforme a interlocutora do Pronatec em Venâncio Aires Deizimara Ana de Souza, parte dessas capacitações estariam voltadas para os Microempreendedores Individuais (MEI’s), outras seriam realizadas de acordo com as demandas das empresas em setores específicos que foi definido após levantamento do FGTAS/Sine e ainda haveriam os cursos que não faziam parte de demanda emergencial. “O Pronatec já estava instituído aqui. As pessoas acreditavam e sabiam que os cursos, realmente, aconteciam. Agora não sabemos o que vai ser. Muitas instituições demitiram funcionários e professores.” Como o Plano Municipal de Capacitação é atrelado ao Pronatec, o grupo responsável esteve em Porto Alegre na reunião com o Departamento Estadual do Trabalho em busca de uma resposta ou soluções. O setor pode levar informações para a esfera federal sobre o assunto. “Eles também não tem ideia alguma.” Deizimara explica que a não realização dos cursos pelo programa gera crise em todos os setores. Além dos sistemas deixarem de vender cursos, as pessoas passam a não agregar qualificação na mão de obra e pode ocorrer defasagem nas empresas. “Muitas pessoas melhoraram a qualidade de vida e do trabalho com os cursos. Sinceramente, o programa foi usado como vitrine eleitoral.”O secretário de Desenvolvimento Econômico, Hélio Lawall, ressalta que a não realização do Pronatec até o momento em Venâncio Aires acaba por gerar frustração nos candidatos. “Isso compromete a base do programa municipal de qualificação profissional e faz com que muitos trabalhadores fiquem sem a continuidade em sua qualificação profissional.” Mesmo que o fato atual deixe uma lacuna na questão de qualificação profissional, Lawall frisa que não é possível afirmar que tenha gerado falta de trabalhadores qualificados, pois os cursos do Pronatec eram complementares.
Mesmo sem o programa federal mercado exige qualificação
Como o mercado muda constantemente e exige qualificação, a não realização dos cursos do Pronatec pode dificultar o início da carreira das pessoas no trabalho. “Isso prejudica aqueles que querem começar em uma atividade. Esses cursos eram uma forma mais acessível para ingressar no ramo profissional”, explica a empresária e presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires, Fabiana Bergamaschi. De acordo com ela, hoje as qualificações são essenciais em qualquer setor de trabalho e trazem benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. “A falta dos cursos do Pronatec gera um problema, pois as pessoas precisam sempre se atualizar e estar habilitadas.” Conforme Fabiana, como foi criada uma expectativa em relação ao programa, o atual cenário acaba por desmotivar os trabalhadores. A empresária afirma que a exigência dos consumidores e do mercado faz com que os profissionais procurem cada vez mais os cursos de capacitação. “As coisas precisam ser bem feitas para não ter problemas. Na medida em que há mais exigência, as pessoas tem que estar qualificadas para suportar essas informações.”
No ano passado, IFSul formou 600 alunos em 19 turmas
No ano passado, o Instituto Federal Sul Rio-grandense (IFSul) formou 600 alunos divididos em 19 turmas por meio do Ponatec. Desse total, 17 turmas eram do Programa Mulheres Mil. O diretor geral do campus de Venâncio Aires, Cristian Oliveira da Conceição, diz que é preocupante a atual situação do programa. “Antes muitos que não tinham condições de fazerem um curso técnico, cursavam o Pronatec.” Na opinião de Conceição, caso não seja realizado nenhuma capacitação do Pornatec em 2015, uma das soluções seria parcerias com prefeituras e empresas. “Mas, sabemos que também há dificuldades nesses setores, atualmente. Não é algo fácil pela questão financeira”