Na contramão das estatísticas da criminalidade no Rio Grande do Sul – o que resultou na criação de uma força-tarefa para diminuir o número de homicídios na região metropolitana de Porto Alegre -, a Polícia Civil de Venâncio Aires registrou apenas dois homicídios este ano. Levando-se em conta casos passados, os agentes do Setor de Investigações (SI) têm cerca de oito mortes para desvendar. Dessas, três não têm relação com os moradores daqui. São duas mortes dentro da Colônia Penal Agrícola de Venâncio Aires e uma desova ocorrida na localidade de Linha Sertão, em Vila Mariante.

Se pesados esses números, observa o delegado Paulo César Schirrmann, pode-se dizer que a investigação dos crimes de vulto estão sob controle. No entanto, casos registrados diariamente na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) se avolumam sobre as mesas dos agentes do SI. São aproximadamente 5 mil crimes para cada um dos agentes investigar. é que devido à defasagem no quadro funcional, hoje o setor tem apenas dois policiais. “E ainda assim conseguimos dar um resultado positivo”, destaca o delegado.

Para ele, o SI deveria contar com dez agentes ou mais. Quando Schirrmann assumiu a Delegacia de Polícia, em junho de 2006, o setor contava com seis policiais. Daquela época, restou apenas o investigador Paulo Ullmann. Ele é o responsável pelo SI e tem a companhia do inspetor Cassiano Dal Ongaro, que ingressou na Polícia Civil em 2008. A dupla é a responsável por todo o trabalho de investigação.

Schirrmann se refere a crimes que caem no esquecimento devido a essa falta de agentes. Diariamente, dezenas de novas ocorrências são registradas e os dois agentes do SI têm que priorizar o atendimento.

Mas, mesmo com essa deficiência, os agentes do SI trabalham em casos novos, desvendam antigos e realizam novas investigações. “Neste momento, eles finalizam uma grande investigação que vai repercutir em toda a região”, revelou o delegado Schirrmann.

Uma das alternativas para reforçar o SI seria fechar um dos cartórios e transferir o policial para o setor. “Mas quem ficaria com os cerca de 800 inquéritos que estão sob sua responsabilidade?”, questiona o delegado.

Uma das esperanças para incrementar o efetivo é a vinda de agentes que se formam no dia 8 de setembro na Academia de Polícia. São cerca de 700 novos policiais que começam a trabalhar ainda em setembro.

Mais detalhes na edição impressa de 26/05/2012